As duas Coreias acordaram hoje as datas e recintos em que atuará uma orquestra norte-coreana durante a participação da Coreia do Norte nos Jogos Olímpicos de Inverno, que decorrem em fevereiro na região sul-coreana de PyeongChang.

Seul aceitou as datas e auditórios propostos na terça-feira pelo regime de Pyongyang para os dois concertos da orquestra Samjiyon, no início do próximo mês, disse à agência espanhola, Efe, uma porta-voz do Ministério da Unificação sul-coreano.

O primeiro dos recitais está marcado para 08 de fevereiro – véspera da cerimónia inaugural de PyeongChang 2018 – no Centro das Artes da cidade de Gangneung (costa nordeste), uma das sedes dos Jogos.

As duas Coreias acordaram desfilar com uma bandeira da Coreia unificada na inauguração do evento no dia 09, naquele que será o seu primeiro desfile olímpico conjunto desde 2006.

O segundo concerto da orquestra Samjiyon será no Teatro Nacional da Coreia, em Seul, a 11 de fevereiro, um dia antes de o grupo regressar ao Norte.

A banda utilizará a passagem fronteiriça intercoreana ocidental para entrar e sair do país vizinho nos dias 06 e 12 de fevereiro, segundo acordaram os dois países.

A orquestra – com o nome do condado norte-coreano junto ao monte Paektu, lugar sagrado na iconografia do regime norte-coreano – parece ter criada expressamente para estes Jogos e é liderada pela artista Hyon Song-wol.

Hyon, que também encabeça a famosa banda Moranbong e sobre quem há rumores de ter sido namorada do líder norte-coreano, Kim Jong-un, foi o centro das atenções durante uma visita prévia ao Sul realizada por uma delegação norte-coreana que inspecionou vários auditórios para os concertos.

A visita da Samjiyon, composta por 140 músicos, cantores e bailarinas, gerou uma grande expectativa na Coreia do Sul, mas também protestos por parte de grupos conservadores.

Cerca de 200 pessoas queimaram na segunda-feira uma fotografia de Kim Jong-un e uma bandeira norte-coreana em Seul, à passagem da comitiva do Norte, em protesto pela aproximação entre as duas Coreias devido à realização dos Jogos Olímpicos.

Esta quarta-feira, os protestos repetiram-se na capital sul-coreana, com desertores da Coreia do Norte e ativistas anti-Pyongyang a rasgar fotos do líder norte-coreano.

Esta quinta-feira é esperada, no Sul, a chegada da equipa feminina de hóquei no gelo, para treinar com atletas sul-coreanos para constituírem uma equipa única que irá competir nos Olímpicos.

A Coreia do Sul também enviou um grupo ao Norte para inspecionar as preparações para um evento cultural conjunto e uma sessão para os esquiadores dos dois países que não participam nas competições, na estância de esqui de Masik, que deverá realizar-se antes do início dos Jogos.

O Governo sul-coreano pediu ao público que a Coreia do Norte, com quem o Sul se mantém tecnicamente em guerra desde a década de 1950, seja recebida da mesma forma calorosa que as restantes nações participantes nos Jogos Olímpicos de Inverno, que decorrem de 09 a 25 de fevereiro.