A Federação Portuguesa de Golfe (FPG) pediu hoje ao governo para isentar os seus praticantes da possível “obrigatoriedade de confinamento para cidadãos com mais de 70 anos”, justificando-o com os benefícios “físicos e mentais” que lhes proporciona.

“A verificar-se, solicitamos ao governo que atente à especificidade do golfe e permita que os cidadãos que o têm como modalidade desportiva possam retomá-la, sempre de acordo com as medidas que vierem a ser implementadas para assegurar a redução de risco de contágio da Covid-19 nos campos de golfe nacionais”, solicitou a federação, em carta enviada à tutela.

Na terça-feira, em entrevista à rádio Observador, o primeiro-ministro António Costa admitiu a possibilidade de prolongar o confinamento dos mais idosos, ao contrário do alívio de algumas medidas para a população de menor risco.

“O golfe tem sido referenciado como uma importante forma de prática da atividade física para os cidadãos seniores, sendo os seus benefícios cientificamente comprovados, quer ao nível físico, quer psíquico”, justifica a federação.

A FPG revela que um quarto dos seus praticantes, o equivalente a cerca de 4.000, têm mais de 70 anos.

“Ao nível mental, o golfe propicia, através da atividade física praticada, efetivos benefícios no tratamento de depressões ligeiras, contribui para a redução de ansiedade, melhora a confiança e autoestima e leva a um bem-estar psíquico generalizado”, acrescenta o organismo.

Aquela federação sugere ainda que “o golfe mitiga os riscos de várias doenças, como sejam as cardiovasculares, a diabetes, o cancro e as alterações dos lípidos (colesterol e triglicéridos)”.

É referido ainda o facto “comprovado” de que a atividade física regular aumenta em cinco anos a expectativa de vida.

O apelo da instituição surge numa altura em que muitos dos seus praticantes estão em “verdadeiro isolamento”, temendo a FPG que isso provoque “estados de ansiedade ou agravamento do estado de saúde”.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 145 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 465 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 657 pessoas das 19.022 registadas como infetadas.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.