Intensificar a digitalização dos programas de atividade física de federações e clubes é o mote lançado pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) para elevar a taxa de atletas no rescaldo da pandemia de covid-19.

“Um dos grandes desafios é aproveitarem este período de dificuldade para virtualizar algumas atividades. Essa transformação digital vai contribuir para uma resposta mais eficaz nas relações com atletas, pais e entre organizações, e melhores oportunidades do ponto de vista da prática em si”, apontou à agência Lusa o presidente Vítor Pataco.

A declaração de pandemia, em 11 de março, afetou todas as competições e levantou consequências sem precedentes no desporto nacional, multiplicando “soluções virtuais”, como “programas individuais de treino” ou “aulas de grupo à distância”, para amparar a condição física dos quase 689 mil atletas federados nos quadros do IPDJ.

Ainda sem impactos estimados da paragem generalizada das modalidades formais, até porque “menos praticantes ativos não significa que tenham desistido”, o dirigente valoriza uma “conclusão muito curiosa” oposta ao “aumento generalizado dos comportamentos sedentários que envolvam ecrãs por consequência do isolamento”.

“Houve uma consciencialização muito forte da importância da atividade física: 45% da população inativa iniciou alguma prática durante o confinamento”, assinala, aludindo aos 679 adultos e idosos inquiridos no estudo de cinco universidades lusas para o IPDJ, no âmbito do Sistema de Vigilância e Monitorização da Atividade Física e Desportiva.

Os padrões sedentários dos portugueses foram avaliados com questionários e sensores de movimento e revelados em 04 de maio, volvido um mês do lançamento da campanha #SerAtivoEmCasa pelo Ministério da Educação, que incentivava a prática caseira de exercício ao divulgar suportes pedagógicos segmentados por faixas etárias.

Entre alongamentos, caminhadas, corridas, danças ou saltos à corda, a inclusão da atividade física nas rotinas diárias diversificou uma maior disponibilidade temporal resultante do período de quarentena, que Vítor Pataco deseja agarrar nos meses de desconfinamento para acelerar o “percurso de recuperação” do desporto português.

“Admitimos que este passo atrás rapidamente se transformará em dois para a frente. Para já, há soluções inovadoras que clubes e federações podem encontrar para responder de modo condicionado aos novos e atuais praticantes, percebendo se irão sair mais para a rua ou centrar atividades coletivas em trabalho individual”, apontou.

Alertando que “todas as modalidades estão penalizadas” desde meados de março, o líder do IPDJ pede “sentido coletivo” às 70 federações na elaboração de respostas articuladas com as instruções da Direção-Geral da Saúde (DGS) e o plano de desconfinamento do Governo, que autorizou a retoma de desportos individuais, ao ar livre e sem contacto.

“Os clubes têm uma orientação de concorrência, mas nesta fase já se percebeu que a cooperação é a palavra de ordem e, por contraditória que possa parecer, fundamental para a sua sobrevivência. Daí vermos plataformas de cooperação ‘online’ entre clubes e federações aqui e no estrangeiro em prol de relações criativas com os atletas”, anotou.

Além da partilha de dados, nesses espaços estão a ser antecipadas “estratégias adaptadas” à “realidade extrema” de ausência de competição a partir do outono, em função de uma eventual segunda vaga de infeções, sob pena de inviabilizar “novos praticantes, pais e famílias tranquilos e uma confiança redobrada de quem compete”.

À virtualização de algumas operações de suporte para atenuar o “período de incerteza”, Vítor Pataco une o “papel fundamental” do desporto escolar nesta “exigência que vivemos”, puxando pelo “objetivo primário” de “envolver toda a comunidade educativa na criação de hábitos desportivos”, além de fomentar “a literacia motora em idades jovens”.

Enquanto esta prática extracurricular encarava o desfecho antecipado das provas neste ano letivo, o Ministério da Educação, que tutela as áreas da Juventude e do Desporto, ativou em abril a campanha #SerJovemEmCasa, ao enriquecer o tempo livre dos estudantes com atividades físicas, debates e oficinas disponibilizadas por via digital.

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