A triatleta Gabriela Ribeiro assumiu que o levantamento das medidas de confinamento, devido à pandemia de COVID-19, deixa os atletas “mais à vontade” para treinar na rua, mas lembrou que se mantêm limitações nos treinos da modalidade.
A atleta do Alhandra referiu, em declarações à agência Lusa, que os praticantes de alta competição continuam “à espera da abertura das piscinas”, apesar de reconhecer que voltará, esta semana, aos treinos de ciclismo na estrada, que era a restrição “mais chata”, uma vez que os treinos de atletismo se mantiveram durante o confinamento.
“Tentávamos deslocar-nos para locais mais desertos e em horários diferentes, mas sentíamos que podia ser perigoso para a nossa saúde. Agora sentimo-nos mais à vontade por não estar a infringir a lei”, assumiu a jovem triatleta, de 19 anos.
Além do perigo para a saúde, Gabriela reconhece que era “normal” as pessoas olharem com ar reprovador para os atletas enquanto estes se treinavam ao mesmo tempo em que estavam “imensas pessoas em casa”, mas que com o fim do estado de emergência “o problema está resolvido”.
A título pessoal, admitiu que sentiu “uma pequena desorganização” no início do período de quarentena que atrapalhou ligeiramente o plano de treinos.
“Foi um pouco complicado. Não tanto pelo psicológico, mas por saber que tinha muito tempo para fazer poucas coisas. No final da quarentena tentei organizar-me mais, cumprir os treinos de ciclismo no rolo e colmatar a falta de natação com os elásticos e outros exercícios de compensação”, explicou Gabriela Ribeiro.
A medalha de prata na competição de juniores da Taça da Europa de Quarteira, em 2019, procurava ainda qualificar-se para os Jogos Olímpicos Tóquio2020, através da estafeta mista, quando foi declarada a pandemia. O adiamento da competição para 2021, admite, pode ajudar no objetivo, apesar das incertezas quanto ao futuro.
“Fiquei um pouco mais descansada porque tenho mais tempo para me preparar, mas ao mesmo tempo assustada porque não sei quando terei tempo para fazer as provas de qualificação. Não há datas para qualquer tipo de evento, por isso estamos todos à espera”, concluiu.
Com a declaração de pandemia, em 11 de março, inicialmente alguns eventos desportivos foram disputados sem público, mas, depois, começaram a ser cancelados, adiados – nomeadamente os Jogos Olímpicos Tóquio2020, o Euro2020 e a Copa América – ou suspensos, nos casos dos campeonatos nacionais e provas internacionais de todas as modalidades.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de COVID-19 já provocou mais de 247 mil mortos e infetou mais de 3,5 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Portugal contabiliza 1.063 mortos associados à COVID-19 em 25.524 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
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