O presidente da Federação Académica do Desporto Universitário (FADU), Daniel Monteiro, disse hoje à agência Lusa que o organismo está a avaliar a possibilidade de candidatar Lisboa como cidade organizadora da Universíada de verão de 2021.
“Neste momento, existem conversações avançadas para avaliar as condições de uma possível candidatura, com a cidade de Lisboa, e estamos numa fase de avaliação interna, de verificação das condições. Assim que essa avaliação for concluída, apresentaremos à Federação Internacional do Desporto Universitário (FISU) a viabilidade, ou não, de um evento desta dimensão poder avançar”, afirmou.
Segundo Daniel Monteiro, o objetivo das conversas com a FISU seria o de aproveitar o cancelamento de Brasília2019, que antecipou a receção de Nápoles da Universíada, originalmente marcada para 2021, e propor um evento organizado “com muita qualidade, pés assentes na terra, de forma sustentável e sem prejuízos para gerações futuras”.
“Estamos a conversar com a Câmara de Lisboa, uma vez que em 2021 será a Capital Europeia do Desporto”, revelou, explicando que as “conversas de avaliação de condições” estão a ser levadas a cabo para estudar a viabilidade e sustentabilidade de receber a prova na capital portuguesa.
O “grande desafio” é o alojamento, sendo que o ponto forte se prende com “as instalações desportivas na área metropolitana de Lisboa”, que não precisaria de “grandes investimentos” para acolher os desportos, e a organização estuda “uma alternativa” para a questão da vila de atletas, em caso de uma possível candidatura”.
Ainda assim, o registo “das últimas edições é um cenário completamente utópico”, dando o exemplo de Kazan2013, na qual foram investidos “milhões e milhões de euros” com a criação “quase de cidades de raiz” para acolher os atletas, além do investimento em infraestruturas desportivas.
A FADU, um dos quatro organizadores dos Jogos Europeus Universitários, que encerram no sábado em Coimbra, está “muito orgulhosa” do evento, considerou, tanto a nível “organizativo como desportivo”.
“O balanço é muito positivo, vive-se um ambiente excecional em toda a cidade, e temos tido um número de assistência fantástico, com muita gente nos pavilhões”, atirou.
Segundo Daniel Monteiro, a organização da prova tinha em mente conseguir três objetivos, a “sensibilização das instituições de ensino superior para a prática desportiva”, que foi “conseguido” e se vê no “crescimento e impacto local do desporto universitário”.
O “reconhecimento do sistema desportivo nacional”, através do maior envolvimento das federações, e o reconhecimento por parte do Governo, que “começou a olhar de outra forma para o desporto universitário nos últimos 10 anos”, completam os objetivos dos organizadores.
Sobre o novo estatuto de estudante atleta, que o Governo quer aprovar e aplicar ainda antes do arranque do novo ano letivo, e que alarga as condições para praticantes desportivos a mais estudantes, e não só a praticantes de alto rendimento, Daniel Monteiro diz ser “um sinal ao país de que o desporto faz parte da formação de qualquer indivíduo”.
“Estamos muito satisfeitos, porque finalmente vai ser dado um incentivo e uma mostra clara ao país de que nem só o desporto de alto rendimento vale a pena. A prática desportiva vale a pena para fazer destes jovens mais versáteis e saudáveis, oferecendo várias competências e valores”, acrescentou.
A quarta edição dos Jogos Europeus Universitários decorre até sábado e traz 13 desportos diferentes a Coimbra, com a participação de cerca de 4.500 atletas – a sua maioria campeões nacionais universitários nas 13 modalidades em competição, entre eles cerca de 450 portugueses -, de 295 universidades de 40 países.
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