O canoísta Fernando Pimenta admitiu hoje que realizar quatro provas num só dia nos Europeus de Munique é um verdadeiro teste à resistência dos limites do seu corpo, algo que gosta de fazer.
“É sobrecarga. Sabemos o risco que é, porém, queremos desafiar o corpo. Sei que posso perder tudo, não ganhar nada, mas já nos mundiais fiz quatro provas e senti que ganhámos o respeito da família da canoagem e da gente que percebe de desporto”, justificou, após conquistar três medalhas em Halifax, Canadá.
Nestes europeus multidesportos, Pimenta compete em K1 1.000 e 500 metros, cujas finais já assegurou, K2 1.000 metros, com o jovem João Duarte, com quem vai ter de ir à meia-final na sexta-feira, tendo ainda a final direta do K1 5.000, no sábado.
“É realmente muito duro. Depois de fazer o K2, a minha segunda competição de 1.000 metros hoje, já estava a pensar no desafio que me fui meter. Mas pronto, sou um atleta e somos uma equipa que gosta deste tipo de desafios”, completou.
Pimenta recordou que este é “um ano para arriscar”: “Podemos correr o risco de não vencer nada ou de ganhar algumas coisas. O próximo ano é que é do apuramento, vou optar pelo K1 1.000, que é distância olímpica e me pode dar o passaporte para Paris2024”.
Agora o foco do limiano é “ter uma noite tranquila e descansar o melhor possível”, especificando que os seus mais diretos adversários fazem menos provas, sem que isso seja uma “desculpa”: “As coisas até podem sair melhor”.
O resto das tripulações portuguesas não assegurou qualquer final direta, deixando essa possibilidade para as meias-finais, que normalmente atribuem três vagas cada para a regata das medalhas.
Teresa Portela disse sentir-se “muito melhor” do que nos mundiais do Canadá, em que foi 10.ª em K1 500, e o facto de ter discutido o primeiro lugar com a vice-campeã do mundo, a croata Anamaria Govorcinovic, aumentou-lhe a “confiança” para a meia-final e para o K1 200, que também disputa na sexta-feira.
Messias Baptista garantiu que o K2 500 com João Ribeiro deu “tudo” para passar diretamente, contudo, a Eslováquia foi “mais forte”, numa prova em que a dupla lusa deu o “máximo”.
“Na meia-final, não importa quem são os nossos adversários. Queremos um dos três lugares. Hoje foi uma prova estranha, estamos ainda a adquirir as melhores sensações”, completou João Ribeiro.
Francisca Laia disse que na sua eliminatória o lugar na final “já estava atribuído” ao K2 500 campeão do mundo, da Polónia, contudo, prometeu “dedicação sempre máxima” em busca de um resultado relevante na primeira prova em cinco anos em que faz equipa com a também olímpica Joana Vasconcelos.
“Sentimo-nos muito bem. Estamos a ganhar um pouco de calo. Fui mãe há cinco meses e só há dois comecei a treinar. O nosso objetivo é preparar o futuro e o apuramento olímpico” no mundial de 2023, acrescentou Joana Vasconcelos.
O também olímpico Hélder Silva vai tentar aguentar-se mais tempo na prova de C1 500, recordando que a sua especialidade são os 200 metros, que, no entanto, deixaram de ser olímpicos em favor da distância mais longa.
A segunda edição dos campeonatos Europeus multidesportos está a decorrer em Munique até domingo e reúne nove modalidades, estando Portugal representado em sete, nomeadamente atletismo, canoagem, ciclismo, ginástica artística, remo, ténis de mesa e triatlo.
A seleção portuguesa conquistou três medalhas até ao momento, duas de ouro, através de Pedro Pablo Pichardo, no triplo salto, e de Iúri Leitão, no scratch do ciclismo de pista, e uma de prata, por Auriol Dongmo, no lançamento do peso.
Comentários