O canoísta português Fernando Pimenta revelou-se hoje muito entusiasmado pelo feito inédito de conquistar quatro medalhas de ouro numa Taça do Mundo, no domingo em Poznan, Polónia.
“Nem eu, nem ninguém [o conseguiu], em masculinos. Por isso a federação internacional salientou esse facto. Ainda por cima, as quatro finais num só dia. Vencê-las a todas é um feito que até hoje ninguém conseguiu. Estou extremamente contente por marcar essa diferença”, admitiu, em declarações à Lusa.
No arranque de novo ciclo olímpico, para Paris2024, Pimenta foi o mais forte nas finais de K1 500, 1.000 e 5.000 metros, bem como na prova mista de K2 500 com a também olímpica Teresa Portela, pecúlio que elevou para 115 o número de pódios internacionais na sua carreira.
Aos 32 anos, o canoísta limiano mantém inalterável a sua “fome de sucesso”, que o tem mantido há mais de uma década no topo da elite mundial, à base de “muito trabalho, sacrifícios e disciplina”.
“A experiência (também) faz parte da diferença na gestão entre provas, durante as provas, e também na parte de gerir emoções nas competições. Sem dúvida que ajuda, que é um ponto a favor. Tenho-me sentido bem. É continuar o trabalho e acreditar em continuar a fazer bons resultados”, acrescentou.
O canoísta do Benfica recorda que em 2011 começou a “tentar bater” os seus ídolos da canoagem na pista e que agora é “natural” que sejam aqueles que admiram o seu percurso a tentar fazer-lhe o mesmo.
“Gratificante é conseguir manter o nível bastante elevado durante muito tempo, o que não é fácil”, vincou, destacando a invulgaridade da sua “consistência” em pódios internacionais: nos cinco anos do ciclo Tóquio2020 – adiado um ano devido à covid-19 – apenas falhou a medalha numa prova, numa Taça do Mundo.
A ideia agora é manter os lugares cimeiros nos Mundiais de Halifax, Canadá, no início de agosto, bem como nos Europeus de Munique, Alemanha, um par de semanas mais tarde.
“Faltam cerca dois meses para o Mundial. É preparar o melhor possível para desfrutar e tentar boa prestação e bons resultados”, assume.
Como sempre, o trabalho é a pensar no objetivo maior dos Jogos Olímpicos, com o foco no ouro, no único título que lhe falta na carreira, depois da prata em Londres2012 em K2 1.000 metros, com Emanuel Silva, e do bronze em Tóquio2020, em K1 1.000.
“Esse é o título que me falta. Quero tentar atingir isso mesmo. Fazer o que ainda não consegui conquistar”, recorda.
Para esse sonho, assume-se “disponível para fazer uma tripulação”, pelo que a ideia é manter o K1 e juntar-se a um K2 ou K4, aguardando que os resultados da seleção desta época ajudem a clarificar os objetivos para França.
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