A dupla portuguesa composta por José de Sousa e Vítor Jerónimo disputa na sexta-feira a passagem à segunda ronda do World Cup of Darts 2022, mundial de dardos por equipas, que se realiza em Frankfurt, na Alemanha.

Sousa apurou-se automaticamente por ser o único português classificado nos ‘rankings’ da Professional Darts Corporation (PDC), mas o ‘Special One’ dos dardos vai fazer equipa com Jerónimo, vencedor de um torneio nacional aberto, realizado em maio, nas Caldas da Rainha.

Portugal defronta, na primeira eliminatória, a dupla italiana formada por Giuseppe di Rocco e Gabriel Rollo, que também não integra o grupo de cabeças de série, mas a equipa nacional continua a apontar apenas à passagem à segunda ronda do evento.

“A ambição é, no mínimo, igualar o melhor que foi feito nos anos anteriores, que é passar à segunda ronda. Depois, se for possível fazer mais… Estou a trabalhar para dar 200% de mim e aproveitar a participação neste evento”, apontou Vítor Jerónimo, em declarações à agência Lusa.

Natural de Pombal, mas residente na Marinha Grande há cerca de 10 anos, o engenheiro de produção compara a sua participação no WCD2022 ao lado de José de Sousa, com “fazer uma partida de futebol de praia e o parceiro ser o Cristiano Ronaldo”.

Jerónimo tem “ambição” de, um dia, chegar a profissional, mas também “100% de certeza” de que precisa “evoluir muito acima” do seu nível atual, que é o de um jogador recreativo.

“O José de Sousa disse-me que treina, no mínimo, oito horas por dia. Eu, neste momento, estou a treinar uma hora por dia. E antes disto [ganhar o torneio de qualificação], o meu treino era os dias de jogo”, comparou.

Até por isso, José de Sousa adverte que “Portugal ainda está um bocadinho verde” nas setas e que a dupla vai enfrentar “jogadores com muita experiência”, colocando a fasquia em “passar a primeira ronda, para entrar em jogo”.

“Uma vez ultrapassada a primeira ronda, já podes esquecer essa e pensar na segunda. Vai ser uma ronda de cada vez, esperar que saiam sempre bons lançamentos e ter um pouco de sorte, que faz sempre falta”, traçou José de Sousa.

Os dois jogadores só se conheceram pessoalmente na semana passada, mas Sousa explicou que, nos torneios por duplas, como o WCD2022, o importante é “que cada jogador consiga fazer o melhor possível individualmente”.

“Só que ele faça bem o jogo dele, fico contente. Todo o treino que possa fazer para um torneio destes é sempre pouco, pois são torneios muito grandes, com uma grande exigência”, concluiu o ‘Special One’.

Jerónimo, por sua vez, admite que “vai ser uma luta para manter a calma e a concentração” e que “é uma honra muito grande” ter a oportunidade de “jogar com o José de Sousa e defrontar qualquer jogador daqueles”.

O ‘segredo’ para melhorar o nível e estar à altura do desafio “é treinar” o máximo possível, porque “para chegar a um nível de jogo superior ao normal, não se pode pensar muito”, considerou o vencedor do 16.º Open Nacional de Setas.

“É por instinto e o treino é que faz isso. Faz com que o corpo memorize as posições, memorize tudo, para quando seja preciso, nos jogos, o cérebro pensa e o corpo executa. Tem de ser natural e isto é treino, treino, treino, treino”, frisou Vítor Jerónimo.

A primeira ronda do WCD2022, que se disputa entre quinta-feira e sexta-feira, é decidida à melhor de nove jogos em dupla, enquanto as rondas seguintes são disputadas à melhor de sete jogos, sendo os seis primeiros individuais e o sétimo, se necessário, disputado em dupla.

A dupla portuguesa é uma das 32 equipas nacionais que vão disputar o Mundial de dardos de 2022 e tem assegurado um prémio de 4.000 libras (mais de 4.600 euros), num torneio que reserva 70 mil libras (quase 82 mil euros) para o par vencedor.