A seleção portuguesa de tiro com arco vai apresentar-se nos mundiais de Berlim, a partir de segunda-feira, somente para “ganhar experiência”, uma vez que Paris2024 é um objetivo sem “grandes hipóteses” de ser cumprido.

“Não havendo grandes hipóteses de termos classificações para os Jogos Olímpicos, no meu ponto de vista é ganharem um pouco mais de experiência em provas internacionais e verificar como conseguir progredir na carreira”, disse à Lusa o presidente da federação, Paulo Pinto.

Nuno Carneiro, Luís Gonçalves e Milana Tkachenko vão competir em recurvo, o arco olímpico, enquanto no arco composto Portugal vai estar representado por Rui Baptista, Nuno Simões e Gisele Sousa.

A seleção não se apresentará com equipas masculina ou feminina, já que são necessários três elementos de cada sexo para as completar, o que não acontece.

“As expectativas são para algo no meio da tabela, tendo em conta que não somos uns Estados Unidos em que os atletas são pagos para o serem. Vivemos no nosso portugalito em que as pessoas são competidores e profissionais noutras áreas. Entre 16.º e 30.º é já uma grande expectativa”, vincou.

Os mundiais de Berlim garantem as derradeiras escassas vagas para os Jogos “e depois só para Los Angeles2028”, recorda o presidente.

“Paris2024 já está fechado. A nova direção da federação tem uma grande aposta, para Brisbane2032. Aquilo que estamos a apostar agora, nestas jovens esperanças que estão a ser formadas”, sublinhou.

Paulo Pinto, que lidera a federação somente desde março, assume que o tiro com arco português tem passado por “momentos complicados” e entende que as “confusões que existem na modalidade” têm impedido que o país esteja representado em Jogos Olímpicos, algo que aconteceu pela última vez em Pequim2008, por Nuno Pombo, igualmente elemento único em Sydney2000 e Atlanta1996.

O tiro com arco, que conta com “500 a 700 praticantes federados” em Portugal, precisa de “mais incentivos e apoios aos atletas” que, de momento, têm pago do seu bolso boa parte das despesas para competirem internacionalmente, “excetuando Nuno Carneiro, que tem sido apoiado pelo Comité Olímpico de Portugal”.

“Para ser diferente teríamos de arranjar um selecionador nacional, alguém para escolher os miúdos indicados para irem às provas. E era bom que os clubes se deixassem de rivalidades e apostassem na modalidade para haver harmonia e um trabalho de excelência”, concluiu.