A duas semanas do arranque Mundiais de judo em Doha, no Qatar, a seleção portuguesa da modalidade foi apresentada no Complexo de Piscinas do Jamor, mostrando enorme confiança em querer estar à altura do evento.
A seleção para os Mundiais de Doha2023, que irá viajar em breve para o Qatar, será composta pelos judocas Catarina Costa (-48 kg), Raquel Brito (-48 kg), Maria Siderot (-52 kg), Joana Diogo (-52 kg), Telma Monteiro (-57 kg), Bárbara Timo (-63 kg), Joana Crisóstomo (-70 kg), Patrícia Sampaio (-78 kg), Rodrigo Lopes (-60 kg), João Fernando (-81 kg) e Anri Egutidze (-81 kg), e pelos treinadores Pedro Soares e Marco Morais.
Mesmo com algumas baixas importantes, casos de Jorge Fonseca (-100 kg) e Rochele Nunes (+78 kg), que se encontram a recuperar de lesões, a comitiva lusa mantém as expetativas em alta, numa fase decisiva da qualificação também para os Jogos Olímpicos de Paris2024.
O treinador Pedro Soares espera uma boa resposta dos judocas que irão participar no Mundial em Doha, e desdramatiza as ausências.
“É evidente que são dois atletas candidatos a medalha que vão estar de fora, mas vejo toda a gente a poder fazer resultados semelhantes. Mesmo os mais novos podem emancipar-se e chegar-se à frente. Não vamos chorar pelos que não estão. Vamos acreditar nos que estão, porque nos dão muita esperança”, afirmou o técnico nacional.
Apesar da crise diretiva que se instalou na Federação Portuguesa de Judo (FPJ), desde a saída de Jorge Fernandes da presidência, o técnico da equipa masculina garantiu que a preparação para o Campeonato do Mundo de Doha decorreu sem problemas.
“Desde o início de janeiro que atletas e treinadores delinearam a preparação para o Campeonato do Mundo, escolheram as provas e estágios que pretendiam, por isso não senti junto dos atletas quaisquer problemas externos”, vincou.
A judoca portuguesa mais medalhada de sempre, Telma Monteiro (-57 kg), reconheceu que este Mundial, no Qatar, país onde até já competiu, não é um palco como outro qualquer.
“Se pensarmos nas questões [de direitos humanos] que envolvem esse país, muito pelo contrário. Mas, o meu objetivo é lutar no Mundial e abstrair-me de tudo o resto. Os últimos meses foram difíceis, mas quanto mais forte é a competição e as adversárias, mais acredito nas minhas capacidades. Tudo é possível. É com essa mentalidade e experiência que vou disputar esta prova”, admitiu.
A judoca do Benfica adiantou, por outro lado, que a seleção esteve bastante “unida e blindada” nos últimos meses, não permitindo que as questões relativas à polémica no seio da FPJ afetassem a preparação para a competição em Doha.
Bárbara Timo, última medalhada lusa num Mundial – bronze o ano passado no Mundial em Tashkent, no Uzbequistão na categoria de -63 kg -, revelou o que a faz superar-se em certames mundiais, esperando repetir a proeza no Qatar. “
“A grandeza do campeonato deixa-me mais concentrada e mais presente. Isso não me dá tempo para distrair a cabeça. Coisas boas acontecem nestes momentos”, exprimiu.
Quanto a Catarina Costa mostrou-se ambiciosa na conquista de uma medalha na categoria de -48 kg.
“O meu objetivo é esse, terminar no pódio. Claro que é um Campeonato do Mundo, e agora sendo cabeça de série, tenho a consciência que sou mais estudada pelas minhas adversárias, mas tenho confiança nas minhas capacidades e penso que posso chegar longe na competição”, esclareceu.
Já a judoca Patrícia Sampaio (-78 kg), depois de meia época em grande destaque, com a conquista de resultados relevantes, espera surpreender.
“Estou a atravessar uma boa fase, muito motivada pelos últimos resultados, e isso deixa-me mais confiante. Também estou muito mais forte em relação ao último Mundial que fiz, por isso espero estar no bloco de finais de novo e conquistar, desta vez, uma medalha”, admitiu.
Os Mundiais de judo vão realizar-se em Doha, entre 07 e 13 de maio, com mais de 600 atletas a disputarem os títulos mundiais da modalidade.
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