
Portugal vai tentar alcançar uma das três primeiras posições na prova de qualificação olímpica de estafetas mistas de triatlo, na sexta-feira, apostando numa fuga durante a prova, que vai ser disputada em Lisboa.
“Há, sensivelmente, seis nações que estão a disputar as vagas, três delas muito equilibradas, e nós temos o ‘handicap’ na corrida da segunda mulher. Precisamos de um formato de prova que nos possibilite integrar uma fuga, para colmatar esse segmento mais fraco do segundo elemento feminino”, explicou o Diretor Técnico Nacional (DTN) da Federação de Triatlo de Portugal (FTP), António Fortuna.
João Silva, nono em Londres2012 e 35.º no Rio2106, João Pereira, quinto no Rio2016, podem assegurar novas presenças em Jogos Olímpicos, juntamente com as estreantes Melanie Santos e Helena Carvalho, num elenco que poderá contar ainda com Gabriela Ribeiro ou Vasco Vilaça.
Apenas na quinta-feira vão ser conhecidos os quatro elementos de cada uma das 15 seleções inscritas na prova, cujo pódio garante a presença na estreia da competição de estafetas nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, mas também nas provas individuais, desde que os triatletas ocupem um dos 138 primeiros lugares do ranking de qualificação, que encerra em 14 de junho.
De acordo com o DTN, o “lado masculino ainda não está decidido”, enquanto o feminino está “90% definido, porque a Gabriela ainda recupera de uma lesão e não se encontra ao melhor nível”, realçando que os “indicadores muito bons em Yokohama” de Helena Carvalho permitem “alimentar o sonho”.
As seleções que conquistem lugares de pódio na competição, marcada para sexta-feira, às 11:30, no Braço de Prata, em Lisboa, vão juntar-se às sete já apuradas no período regular de qualificação, assegurando, também, vagas para as provas individuais de Tóquio2020.
“Para a nossa estafeta mista tem um peso muito importante, porque não conseguimos qualificar, por via direta, a segunda atleta feminina. E, desta forma, conseguiremos, desde que o segundo elemento feminino esteja entre as 140 primeiras do ranking de qualificação olímpica”, explicou António Fortuna.
O DTN disse esperar uma “prova muito disputada”, por “conjunto de nações muito, muito fortes”, de todas as que não têm apuramentos por via regular, enaltecendo o feito que está ao alcance dos triatletas lusos.
“Esta é a grande mais-valia, seria a primeira vez que Portugal estaria presente nos Jogos Olímpicos com duas atletas femininas, além de estar no evento inaugural deste formato de equipas, em estafetas mistas. Esta seria a grande conquista deste evento. É um objetivo que temos, estamos a jogar tudo neste evento, que temos o privilégio de ser em Portugal, com o público a apoiar, e os atletas vão dar o seu melhor para o conseguirem”, vincou.
Em caso de apuramento, é dada prioridade aos dois primeiros entre os 30 primeiros do ranking olímpico, ou em função da classificação final, sendo que João Silva e João Pereira ainda vão disputar mais “uma ou duas provas durante o período de qualificação”, para manterem ou reforçarem as posições, enquanto Vasco Vilaça já ficou matematicamente afastado do ‘top-30’, sendo prejudicado pelo “congelamento dos rankings” em 2020.
Nas estafetas mistas “todos os pormenores contam, sendo que todos dependem de todos”, começa uma atleta feminina e termina um masculino, após os quatro elementos disputarem um triatlo ‘super sprint’.
“Os atletas nadam cerca de 300 metros, pedalam cerca de oito quilómetros e correm à volta de 1,6 quilómetros. Essa é a distância que cada um vai percorrer, mas, no fundo, o que conta, além dos tempos, são os pequenos pormenores das transições, que acaba por ter uma importância muito grande”, detalhou.
A qualificação olímpica de estafetas mistas estava prevista para Chengdu, na China, em 09 de maio de 2020, tendo sido remarcada, depois, para 01 de maio de 2020, para Valência, em Espanha, mas, em ambos os casos, foi cancelada devido à pandemia de covid-19.
A prova antecede a Taça do Mundo de Lisboa, marcada para o fim de semana, que integra o programa de Lisboa Capital Europeia do Desporto, a disputar na distância olímpica, de 1,5 quilómetros de natação, 40 de bicicleta e 10 a correr.
No sábado vai decorrer a prova masculina, a partir das 12:20, pelos portugueses Vasco Vilaça, vice-campeão em Hamburgo, na Alemanha, e Ricardo Batista, campeão mundial de juniores em 2019, e Alexandre Nobre, frente a triatletas como os franceses Vincent Luis, bicampeão do mundo, e Léo Bergere, bronze, e ao norueguês Kristian Blummenfelt, atual líder do ranking mundial e vencedor da primeira etapa do circuito mundial, em Yokohama, no Japão.
Na competição feminina, marcada para domingo, às 13:30, destaque para as presenças da britânica Georgia Taylor-Brown, de Flora Duffy, das Bermudas, e da alemã Laura Lindemann, primeira, segunda e terceira classificadas no último campeonato do mundo, juntamente com a lusa Melanie Santos.
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