A AJP Motos lança em novembro três novos modelos de motociclos após um investimento de dois milhões de euros, anunciou hoje empresa que diz ser a única fabricante de motas em Portugal, e que espera duplicar a sua faturação.

Com sede em Lousada, no distrito do Porto, a empresa especializada em veículos todo-o-terreno inicia dessa forma o que o seu diretor-geral define como "um novo capítulo" na história da marca, já que, após a afirmação mundial da AJP pelos seus modelos para Enduro de lazer, duas das novas motos agora anunciadas se destinam especificamente à alta competição.

"Esta linha vai-nos catapultar para um patamar muito mais à frente e, como agora contamos com motores de fabrico italiano ao nível do que há de melhor no mundo, vamos passar a competir com marcas como a KTM e a Usqvarna", declara António Pinto à Lusa.

Em 2018 a AJP registou um volume de negócios na ordem dos dois milhões de euros, mas, antecipando um aumento significativo das vendas motivado pelos novos modelos, o diretor da empresa afirma: "Vamos aumentar a nossa quota de mercado e no final de 2020 estaremos muito perto de dobrar essa faturação".

As novas motos de competição da empresa participada pela gestora de fundos de capital de risco público “Portugal Ventures” são a SPR 310 R e a SPR 510 R, e o novo modelo para Enduro de lazer é a SPR 250.

Após a apresentação da linha SPR, prevista para 05 de novembro no Salão EICMA, na cidade italiana de Milão, a produção desses três novos modelos arranca em janeiro.

Fundada em 1987, a AJP emprega atualmente 25 colaboradores e exporta 80% da sua produção, tendo como principais mercados Austrália, Reino Unido e EUA.

Considerando que a linha PR7, lançada em 2016, se revelou "um sucesso internacional", com o seu modelo de 650 centímetros cúbicos de cilindrada a motivar a venda de "centenas de exemplares" para toda a Europa e ainda para países como o Japão, António Pinto espera que as novas motos da marca obtenham ainda melhores resultados.

"Neste momento só há seis empresas em todo o mundo a produzir motos de Enduro de alta competição e, se nós conseguirmos uma quota de 3 a 4% do mercado mundial, facilmente atingiremos uma faturação com números simpáticos na ordem dos muitos milhões de euros", analisa António Pinto.

O fundador da AJP admite que "em Portugal não é fácil obter financiamento para o setor da produção de motociclos, porque a indústria ainda não é muito conhecida" e realça que isso dificulta a concorrência com marcas que "têm disponível o triplo do dinheiro para desenvolver o mesmo produto".

"Nos últimos 10 anos adquirimos o 'know-how' que nos permite fazer todo o desenvolvimento do produto internamente, o que nos diminui os custos com a conceção de produto, e, se nada de mau acontecer, com estas novas motos podemos em poucos anos chegar a uma faturação de 10 milhões de euros", conclui.