O português António Félix da Costa (DS Techeetah) acredita que "serão poucas as equipas que não vão chatear" na próxima temporada de Fórmula E, na qual defende o título conquistado em 2020 neste mundial para carros elétricos.
O piloto de Cascais está já em Valência, Espanha, onde no próximo fim de semana terá a primeira sessão de testes de pré-temporada, antes do arranque oficial do campeonato, com uma jornada dupla em 16 e 17 de janeiro, no Chile.
"Se fosse há uns anos, talvez [fosse sentir mais pressão por defender o título]. No ano passado fiz um trabalho bom com um psicólogo de desporto e, agora, continuo a fazer esse trabalho. Considero-me um sortudo, porque estou a divertir-me a guiar. As coisas saem mais naturalmente quando gostamos do que fazemos. Vai ser essa a abordagem. Se ganhar, 'porreiro', se perder, voltamos a tentar no ano seguinte", destacou o piloto português, numa conferência de imprensa virtual.
António Félix da Costa já sabe que fará as duas primeiras provas da temporada com o carro utilizado no ano passado, ainda que com um novo software, estreando o protótipo de 2021 apenas na terceira corrida, na Arábia Saudita, em 26 e 27 de fevereiro.
"Tentamos que o carro seja o mais inteligente possível. Que através de comunicação rádio, o carro me diga o que fazer, como quando é altura de ir ao 'attack mode'. É muito fácil errar. Se ler alguma mensagem errada, pode haver penalizações", explicou.
O piloto de Cascais, que vai para a sua sétima temporada neste campeonato, tem consciência que a próxima época da Fórmula E ainda será afetada pela pandemia.
"O mais complicado é que vai ser uma junção de coisas. Os concorrentes vão estar mais competitivos. Quando ganhas tens um grande alvo nas costas. Há uma grande guerra de egos entre construtores e é importante para as marcas ficarem à frente das outras. Depois, há coisas que vêm dificultar. A pandemia torna as coisas mais complicadas. Haverá mais corridas duplas, o que deixa menos tempo para reanalisar e preparar. Mas isso até joga a nosso fazer, porque somos uma equipa bem preparada", referiu o campeão da Fórmula E.
Depois de um primeiro ano de convivência com o anterior campeão, o francês Jean-Eric Vergne, Félix da Costa sabe que haverá lutas intensas.
"Vai ser giro. Estão dois 'leões' a lutar por um bocado de carne. Passámos por fases complicadas, mas o respeito cresceu e não haverá problemas. Ele quer ganhar e eu também. Quem ganha com isso é a equipa", sublinhou.
A próxima temporada de Fórmula E será a primeira em que a disciplina tem o estatuto de Campeonato do Mundo da Federação Internacional do Automóvel (FIA).
"Partimos em busca do primeiro título de campeões do mundo e faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para lá chegar. Eu sempre disse que os carros que parecem rápidos são mesmo rápidos, pelo que basta olhar para a decoração deste ano", concluiu Félix da Costa.
Para já, o campeonato só tem duas jornadas duplas confirmadas. As restantes provas serão conhecidas apenas no início de 2021.
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