O Peru, ausente nas duas últimas edições do Rali Dakar, voltará a receber no próximo ano a prova rainha de todo-o-terreno, anunciou esta quinta-feira a organização, em Paris, sem revelar muitos detalhes sobre o percurso.
Lima, a capital peruana, será mesmo palco, a 3 de janeiro, do arranque do rali, que se realiza pela oitava vez na América do Sul e que no próximo ano terá ainda passagem pela Bolívia, antes de terminar na Argentina, a 16 de janeiro, em Rosario.
O Chile, um dos países nucleares da prova desde que foi forçada a deixar África, em 2009, viu-se na necessidade de recusar acolher a competição devido às catástrofes naturais que atingiram a região norte do país.
"Trabalhámos num cenário que envolvia o Chile, o Peru, a Bolívia e a Argentina. Infelizmente, o Chile viveu há algumas semanas na zona de Atacama [...] uma devastação enorme nas suas infraestruturas", observou o diretor do rali, Etienne Lavigne, à agência noticiosa francesa AFP.
Localizada a cerca de 800 quilómetros da capital, Santiago, a região, habitualmente árida, sofreu a 25 de março grandes inundações, que destruíram várias zonas habitadas do deserto de Atacama, uma das grandes atrações de edições anteriores do Dakar.
"Atacama é o coração do Dakar sul-americano, sempre espetacular, com sequências de dunas muito mais diversificadas em relação às que vamos encontrar no Peru. Assistimos lá a bonitas sequências da corrida. Teremos pena, certamente, mas será apenas uma pausa", lamentou Lavigne.
O Peru foi o grande beneficiado pela ausência do Chile, reentrando no mapa da prova-rainha de todo-o-terreno mundial, da qual foi ponto de chegada em 2012 e de partida em 2013.
O país deveria integrar o percurso do Dakar deste ano, mas acabou por desistir de receber a prova devido a razões de política interna.
O itinerário será apresentado em detalhe a 18 de novembro de 2015, também em Paris, mas, para já, sabe-se que o dia de descanso está marcado para 10 de janeiro, em Salta, próximo da Cordilheira dos Andes.
A organização adiantou também que a edição de 2016 do Dakar será composta, como habitualmente, por 13 etapas e que os participantes deverão percorrer entre 8.000 e 8.500 quilómetros, metade dos quais em troços cronometrados.
O Dakar do próximo ano terá uma configuração inédita, com passagem por Peru, Bolívia e Argentina - único país presente em todas as oito edições sul-americanas - um "tríptico geográfico que vai exigir grande capacidade de adaptação dos concorrentes", como assinalou Lavigne.
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