Joaquim Rodrigues Jr. (Hero) foi o melhor português no rali Dakar de todo-o-terreno na sexta-feira, ao ser 18.º nas motas na quinta etapa, marcada pela desistência de Paulo Gonçalves (Honda) devido a queda.

Cunhado do piloto da Honda, Quim Rodrigues Jr. concluiu a tirada entre Monquegua e Arequipa, com um total de 776 quilómetros e uma especial cronometrada de 345 quilómetros, a 13.48 minutos do vencedor, o britânico Sam Sunderland (KTM). O vencedor da prova em 2017 acabou por ver-lhe creditada a vitória na tirada, depois de a organização ter retirado dez minutos ao seu tempo, gasto a prestar assistência ao português Paulo Gonçalves.

"Foi um início um pouco atribulado e infeliz para o Paulo Gonçalves. Parei junto dele cerca de dez minutos. Quando regressei à corrida tinha de tentar, pois fiquei no meio de vários pilotos e apanhei muito pó", explicou Sunderland, segundo da geral, a 59 segundos do líder da corrida, o norte-americano Ricky Brabec (Honda).

De acordo com a organização, Paulo Gonçalves "foi forçado a abandonar com um traumatismo craniano leve e uma possível fratura numa mão", tendo sido retirado do percurso de helicóptero.

O piloto de Esposende tinha subido ao oitavo lugar na classificação das motas no rali Dakar de todo-o-terreno na véspera, após o sexto lugar conquistado na quarta etapa, que ligou Arequipa a Moquegua. Essa tirada já tinha desistido Hugo Lopes (KTM), com o motor da sua mota partido.

Quanto a Joaquim Rodrigues Jr., admitiu ter "perdido alguma concentração na parte final da etapa". O percurso é muito traiçoeiro, em particular as zonas fesh-fesh [pó] que acrescentam muitos perigos. Felizmente consegui completar uma etapa quase perfeita, infelizmente encontrei o meu cunhado [Paulo Gonçalves] caído e desde aí a concentração diminuiu", explicou o piloto de Barcelos, que subiu ao 28.º lugar.

António Maio (Yamaha) foi o 27.º, a 18.43 minutos do vencedor, e é 30.º, com Mário Patrão (KTM) em 29.º, a 22.41 minutos. "Dou por mim a lutar fisicamente para me manter focado, pois alguns waypoints [pontos de passagem obrigatória] estão muito difíceis de alcançar o que me tem feito perder algum tempo", explicou o piloto de Seia, que mantém o 21.º posto da geral, a 1:52.45 horas do líder.

O luso-germânico Sebastian Bühler (KTM) terminou em 34.º, a 44.56 minutos de Sunderland, e é 33.º da geral. Fausto Mota (Husqvarna) terminou em 42.º, David Megre (KTM) em 73.º e Miguel Caetano (Yamaha) em 82.º.

O dia ficou também marcado pela desistência do italiano Nicola Dutto (KTM), o primeiro piloto paraplégico a participar na competição das motas.

Nos automóveis, o dia foi do francês Sébastien Loeb (Peugeot), apesar de o seu navegador, o também gaulês Daniel Elena, ter começado por criticar a organização devido a um alegado erro no road book [livro no percurso], que terá custado à dupla a perda de 30 minutos na terceira etapa. Loeb deixou o líder da prova, o catari Nasser Al-Attyiah (Toyota) a 10.22 minutos, com o espanhol Nani Roma (MINI) em terceiro, a 24.04 minutos.

Nos SXS, Ricardo Porém (Can-Am) foi sexto e mantém idêntica posição na classificação geral.

A especial começou com duas horas de atraso devido ao nevoeiro cerrado que impediu os helicópteros de segurança de levantar voo e, pelo mesmo motivo, acabou por ser dada por finalizada no terceiro controlo de passagem.

Hoje cumpre-se o dia de descanso do rali Dakar, que termina na quarta-feira, em Lima, no Peru.