A espera chega ao fim: Portugal volta a receber um Grande Prémio de Fórmula 1, no próximo mês de outubro no Autódromo Internacional do Algarve. A realização do Grande Prémio de Portugal foi confirmada pela organização do mundial de Formula 1 em Portugal e coloca fim a meses de rumores sobre um possível regresso da F1 ao nosso país.

Será o 26.º Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1, a realizar-se entre 23 e 25 de outubro, pela primeira vez no Autódromo Internacional do Algarve. O primeiro data de 1951 no Circuito da Boavista, no Porto.

Desde então passou pelo Circuito de Monsanto, em Lisboa (1959) e num passado mais recente instalou-se no Autodromo do Estoril que recebeu a prova entre 1964 e 1966 e, depois de uma pausa de dezasseis anos, de forma interrupta entre 1984 e 1996.

O canadiano Jacques Villeneuve, da Williams-Renault, foi o último piloto a vencer uma prova em território luso, vencendo com quase 20 segundos de vantagem sobre o britânico Damon Hill, colega de equipa. O pódio ficou completo com Michael Schumacher, na Ferrari.

Jacques Villeneuve
Jacques Villeneuve durante uma sessão de qualificação no GP Portugal 1996. AFP PHOTO (Photo by DOMINIQUE FAGET / AFP)

O Grande Prémio de Portugal de 1985 fica para a história da modalidade, tendo sido a primeira vitória do mítico piloto Aryton Senna no Mundial de Fórmula 1. Depois dessa somou mais 40 vitórias em Grandes Prémios e três títulos de campeão mundial (1988, 1990, 1991).

Além de Portimão e do Grande Prémio de Portugal, a Fórmula 1 anunciou mais dois grandes prémios: em Nurburgring de 9 a 11 de outubro e em Imola, de 31 de outubro e a 1 de novembro.

O Grande Prémio de Portugal tem prevista a presença de público nas bancadas, disse hoje à Lusa o presidente da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), Ni Amorim.

Portugal recebe ainda nas mesmas datas a prova de Fórmula 2.

O início da competição estava previsto para 15 de março, na Austrália, mas a prova foi cancelada devido à pandemia de covid-19.

Já eram conhecidas as 10 primeiras provas do novo calendário, cuja ronda inicial se disputou em Spielberg, na Áustria, em 05 de julho, com o circuito austríaco a receber outra prova no fim de semana seguinte, antes da realização do GP da Hungria, em 19 de julho.

Ao todo, já foram canceladas ou adiadas 13 das 22 corridas da temporada, mas os responsáveis do campeonato esperam ter um calendário com 15 a 18 corridas até ao fim deste ano.

A sucessão de cancelamentos abriu a porta à utilização de novos circuitos na segunda metade da temporada do Mundial de Fórmula 1, como o circuito de Mugello ou o Autódromo Internacional do Algarve.

Os primeiros sinais

A porta para o regresso da Fórmula 1 a Portugal, via Algarve, abriu-se  já com o mundo envolto na pandemia de COVID-19. A 31 de março, era conhecido que o Autódromo Internacional do Algarve (AIA) tinha recebido a homologação nível um da Federação Internacional do Automóvel e a sua pista estava agora pronta para receber corridas e treinos das equipas.

Na altura, em declarações à Agência Lusa, Paulo Pinheiro, administrador da empresa detentora do AIA, apontava a receber treinos privados de equipas em novembro.

A pandemia continuava a fazer das suas, levando ao cancelamento de várias provas do mundial de Fórmula 1, que viu o seu início adiado, de março para julho. A Liberty Media, grupo responsável pela organização do Mundial de F1, revelava a 7 de maio, que a hipótese de serem realizados Grandes Prémios além dos inicialmente previstos, estava em cima da mesa.

No início de junho, o presidente da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting considerava difícil o regresso da F1 a Portugal, adiantando que a Federação fez o que tinha a fazer para ser considerada como Grande Prémio de substituição, mas que à data não tinha nenhuma resposta – isto a um mês do início do Mundial.

Mas eis que, dias depois destas declarações, a luz ao fundo do túnel voltava a aparecer, graças a Ross Brawn, diretor desportivo da prova:

“(…) uma série de circuitos europeus estão a ser avaliados como potenciais palcos de corridas depois das primeiras oito [já conhecidas], incluindo Imola (Itália), Portimão (Portugal) ou Hockenheim (Alemanha), entre outros”, lia-se no site oficial da competição.

Daqui em diante, rumores e possíveis datas não faltaram. A hipótese de Portugal receber não uma mais duas provas consecutivas surgiu, o mês de setembro foi dado como provável, depois outubro.

Mas do lado da Fórmula 1, o silêncio sobre a hipótese Portimão, enquanto Mugello e Sochi viram os seus grandes prémios anunciados.

Agora, por fim, o 26.º Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1 está confirmado, para o deleite dos fãs do automobilismo nacional, que vêm assim uma espera de 24 anos a chegar ao fim.

*Última atualização e correção às 16h18