Max Mosley, antigo presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), entre 1993 a 2009, faleceu nesta segunda-feira, aos 81 anos de idade, em Inglaterra, na sua casa, no bairro de Chelsea, em Londres. A informação foi confirmada por Bernie Ecclestone, antigo patrão da Fórmula 1, à BBC Sport. As causas da morte ainda são conhecidas, mas sabia-se que há algum tempo lutava contra um cancro.

"O Max era como um membro da minha família. Éramos como irmãos. Por um lado, estou aliviado, porque estava em sofrimento há muito tempo", revelou Ecclestone à agência de notícias britânica Press Association.

Max Mosley, que tinha sido diagnosticado com cancro e completou 81 anos em abril, liderou a FIA durante 16 anos, saindo do cargo em 2009, poucos meses depois da morte do filho, Alexander. Foi substituído pelo francês Jean Todt, que ainda preside ao organismo.

Além de advogado e presidente da FIA, Max Mosley também foi piloto na Fórmula 2, tendo-se retirado em 1969, antes de desempenhar vários cargos ligados à modalidade.

Formado em direito e piloto amador, correu na Fórmula 2 pela Brabham e pela Lotus, foi fundador e co-proprietário da March Engineering, uma empresa de construção de carros de corrida que disputou o Mundial de Fórmula 1 nas décadas de 1970 e 1980. Max Mosley desempenhou também as funções de conselheiro jurídico oficial da Formula One Constructors Association (FOCA).

Em 1991, Mosley foi eleito presidente da Fédération Internationale du Sport Automobile (FISA), tornando-se presidente da FIA em 1993. Durante a sua liderança merece destaque a aprovação de um programa que visou a melhoria de segurança dos veículos de corrida, surgido na sequência da morte de Ayrton Senna.

Polémica e acusações de ligações ao fascismo

Filho de um antigo oficial do exército e político de um movimento fascista no Reino Unido, Max Mosley chegou a integrar o partido Union Movement, quando era jovem.

Em 2008, quando ainda liderava a FIA, viu a sua imagem manchada por uma reportagem publicada no tabloide inglês 'News of the World' na qual eram divulgados vídeos e fotos de Mosley envolvido numa orgia sadomasoquista vestido com vestes nazis. Nas imagens eram visíveis cinco prostitutas contratadas por Mosley com várias referências nazis. O inglês exerce, em trechos do vídeo, o papel de "comandante", torturando as mulheres, vestidas como prisioneiras.

As imagens espalharam-se rapidamente pelo mundo, levando então Mosley a reagir e admiter ter participado na referia orgia, pedindo desculpas mas negando qualquer teor nazi na mesma.

Mosley acabou por entrar com uma ação contra o tablóide em causa, argumentando que a orgia não era de temática nazi e de que não havia relevância pública para publicar as imagens obtidas através fruto de uma invasão da privacidade. Ganhou o processo.

No ano seguinte, em 2009, viu o seu filho Alexander, de 39 anos, falecer devido a uma overdose de comprimidos.