Os familiares das vítimas do acidente no Rali da Madeira de 1998 pediram hoje uma indemnização de meio milhão de euros nas alegações finais do julgamento, cujo desfecho será conhecido a 22 de abril, 16 anos depois do despiste.
A juíza do tribunal de Vara Mista do Funchal Paula Pott anunciou no tribunal da Ponta do Sol que o termo de conclusão será conhecido através de uma notificação escrita enviada para as partes envolvidas.
Os representantes dos familiares das vítimas do acidente e a defesa da Peugeot Portugal e parceiros, a Automobiles Peugeot e a Srebot, que fizeram peças de competição para a marca, apresentaram as alegações finais.
A defesa dos familiares das vítimas destacou as consequências que ficaram na família com a morte do filho único e deixou críticas à falta de cuidado na abordagem da curva que ditou o acidente.
Do outro lado, a representação da Peugeot pede a absolvição da marca automóvel mas também da equipa constituída pelo diretor técnico/chefe de mecânicos e três mecânicos.
A justificar a absolvição, a defesa da Peugeot Portugal relembrou os testemunhos previamente ouvidos por parte de peritos na área da mecânica, frisando que os mecânicos agiram de forma responsável e que não houve negligência que resultou no despiste.
O acidente ocorreu a 01 de agosto de 1998, na 22.ª classificativa do rali, quando o carro do piloto Adruzilo Lopes se despistou, supostamente a uma velocidade superior a 180 quilómetros por hora, tendo capotado diversas vezes e colhido vários espetadores, causando a morte a duas pessoas e ferindo gravemente outra.
Numa das bases instrutórias em julgamento alega-se que, um dia antes, na 20.ª classificativa, o piloto "embateu a traseira direita do veículo" numa parede da berma da estrada, "danificando a parte traseira suporte de todo o conjunto eixo/suspensão".
Segundo o documento, na 22.ª classificativa, "partiu-se o cubo da roda" e a roda traseira esquerda soltou-se, pelo que o piloto "perdeu o controlo do veículo" que atingiu as vítimas.
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