O Grande Prémio da China de Fórmula 1, que se disputa no domingo, será a milésima corrida desde o início do Campeonato do Mundo da modalidade, em 1950.
Desde a primeira corrida, disputada no circuito inglês de Silverstone, em 13 de maio de 1950, passaram-se 69 anos. Na altura, o vencedor foi o italiano Giuseppe Farina, com um Alfa Romeo, marca que regressou este ano ao campeonato. Participaram 22 pilotos nesse Grande Prémio, mas apenas 21 qualificaram-se. Agora, será a vez da China acolher um número tão redondo, quando o pelotão é composto por 20 participantes de dez equipas diferentes.
"Naquele tempo, havia uma grande flexibilidade de participantes, misturando-se o amadorismo com o profissionalismo", explica o economista português Paulo Reis Mourão, autor do livro 'The Economics of Motorsports The Case of Formula One'.
Outra das diferenças que Paulo Reis Mourão encontrou enquanto realizou o seu estudo tem a ver com o aumento dos rendimentos dos pilotos ao longo destes 69 anos. "Não há propriamente verbas declaradas mas um piloto de topo ganhava o suficiente para comprar um bom carro e estaria ao nível do que ganharia um bom jogador de futebol. Atualmente, o campeão mundial, o britânico Lewis Hamilton, chega a auferir 50 milhões de euros por temporada, entre salário e contratos publicitários", refere.
Ao longo destas quase sete décadas, a Fórmula 1 passou, ainda, por três circuitos portugueses. Primeiro pela Boavista, em 1958 e 1960, pelo circuito de Monsanto, em 1959, e pelo Autódromo Fernanda Pires da Silva, no Estoril, de 1984 a 1996.
A corrida número 500 foi disputada em 1990, na Austrália, em 4 de novembro. O brasileiro Ayrton Senna (McLaren-Honda) saiu da 'pole position', mas o vencedor foi o compatriota Nelson Piquet (Benetton-Ford).
Ao longo destes 69 anos, houve cinco pilotos portugueses inscritos, mas apenas três conseguiram, de facto, disputar corridas. O pioneiro foi 'Nicha' Cabral, que se estreou no GP de Portugal de 1959, disputado em Monsanto. Um ano antes, Casimiro de Oliveira esteve inscrito no GP de Portugal disputado na Boavista, não chegando a conseguir a qualificação.
Mais recentemente, na temporada de 1991, Pedro Matos Chaves não conseguiu a qualificação para nenhum GP. Pedro Lamy, por sua vez, participou no Mundial entre 1993 e 1996, sendo o primeiro português a marcar um ponto.
Já Tiago Monteiro foi o último português a correr no campeonato, nos anos de 2005 e 2006, tendo o terceiro lugar no GP dos Estados Unidos de 2005, com um Jordan, o melhor resultado de sempre de um piloto luso.
Paulo Reis Mourão aponta o GP de Imola de 1994, que resultou na morte de Ayrton Senna (Williams), como um dos mais marcantes dos 999 já realizados.
Já o jornalista João Carlos Costa, atual comentador de Fórmula 1 em Portugal, destaca o GP da Holanda de 1973, em Zandvoort, marcado pelo acidente fatal do britânico Roger Williamson, o GP do Brasil de 2008, em Interlagos, que teve "o melhor final de sempre de uma prova de F1", com Lewis Hamilton (McLaren) a conquistar o primeiro dos seus quatro títulos mundiais, e o GP da Catalunha de 2016, ganho pelo holandês Max Verstappen (Red Bull), com 18 anos e 228 dias, o mais novo de sempre a vencer uma corrida de Fórmula 1.
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