O regresso da Fórmula 1 a Portugal no fim de semana é vivido com “muito orgulho e responsabilidade” pelo presidente da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), confiante numa organização “à altura do desafio”.

“À medida que o tempo avança, as preocupações aumentam. Vamos ser o centro das atenções no mundo em termos de desporto motorizado e as coisas têm de correr bem. Não temos o hábito de fazer um Grande Prémio por ano, o que seria muito mais fácil, mas acreditamos que faremos um grande evento”, frisou Ni Amorim à agência Lusa.

Portugal acolhe a 12.ª corrida do Mundial de 2020 de Fórmula 1 entre sexta-feira e domingo, no Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, 24 anos após a última passagem da categoria rainha do automobilismo por solo nacional, em 1996, no Estoril, num evento equacionado pela FPAK em março e coorganizado com a administração do recinto.

“A equipa que está a trabalhar na organização é completamente nova e nada tem a ver com o pessoal dos anos 1980 e 90. É uma estreia para toda a gente e não escondo que é sempre um momento de grande ansiedade. Tenho contactos diários com o Autódromo Internacional do Algarve e está tudo a correr dentro dos prazos normais”, garantiu.

Aproveitando os cinco adiamentos e 13 cancelamentos de Grandes Prémios incluídos na 70.ª temporada da história da Fórmula 1, devido à pandemia de covid-19, Ni Amorim enviou uma carta à Federação Internacional do Automóvel (FIA), disponibilizando pistas de recurso em Portugal, à consideração da promotora Formula One Management.

“Lutaremos com todos os nossos argumentos para manter a prova no calendário, tendo consciência de que é muito difícil, porque há muitos países com mais dinheiro do que nós e prontos a pagar aquilo que o promotor quer. No entanto, se o benefício for altamente favorável no fim de semana, é natural que o Estado procure contribuir”, afiançou.

A pista recebeu uma nova camada de asfalto e obras de renovação estrutural, que “decorrem a todo o vapor” e “têm de ficar concluídas até quarta-feira”, enquanto as 10 escuderias se vão instalando no ‘paddock’ rumo a um fim de semana em que Lewis Hamilton (Mercedes) pode superar os 91 triunfos do recordista Michael Schumacher.

“É um circuito muito técnico e rapidíssimo, com dois pontos de ultrapassagem e curvas cegas. Estima-se que a curva de entrada na reta da meta chegue aos 275km/h. É daquelas pistas que mais vai fascinar os pilotos e isso pode ajudar-nos no futuro a sonhar com um novo regresso da Fórmula 1 ao país”, vincou.

Num ano afetado pela pandemia, o ex-piloto Ni Amorim nota “impactos económicos brutais” para o Algarve, já que o ‘Grande Circo’ “movimenta milhares de pessoas durante uma semana” e “quase todos os hotéis estão ocupados num raio de 50 quilómetros”, mesmo que a presença de público seja revista pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

“Ausência de adeptos? Não me passa pela cabeça que isso possa ocorrer. Pelo que percebi, entraram em vigor novas regras sanitárias sem efeitos retroativos. Há distanciamento social mais do que suficiente para fazer o evento em segurança. As medidas estão muitíssimo bem feitas e são elogiadas pelas autoridades”, lembrou.

O Grande Prémio de Portugal foi “considerado de interesse público nacional pelo Governo” e é uma “excelente forma de comemorar” o 25.º aniversário da FPAK, antecipando Ni Amorim “mais uma luta entre os dois elementos da Mercedes”, líder dos campeonatos de construtores e de pilotos, “do que propriamente com as outras equipas”.

“A Mercedes está muito forte e tem dominado as provas como quer. Claro que as equipas não têm a mesma informação do que noutras pistas, uma vez que este circuito constitui uma novidade total para todos. Isso pode até trazer algumas surpresas. Acho que virá à tona o talento dos pilotos, dos engenheiros e dos telemetristas”, finalizou.

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