O britânico Lewis Hamilton festejou hoje a sua primeira vitória na condição de campeão do mundo de 2014 ao ganhar o Grande Prémio da Austrália de Fórmula 1, num arranque de época atípico, com apenas 15 carros em pista.

Desta vez o inglês não abandonou e o alemão Nico Rosberg não repetiu o triunfo do ano passado, mas deu a primeira 'dobradinha' da temporada à Mercedes, sem incomodar Hamilton, mas ao mesmo tempo sem lhe dar margem para erros, terminando somente a pouco mais de um segundo. Outro alemão, o quatro vezes campeão do mundo Sebastian Vettel, foi terceiro na sua estreia pela Ferrari.

"Nico foi muito rápido durante toda a corrida e por isso foi preciso saber gerir mesmo muito bem o combustível e o desgaste dos pneus. Quando ele me colocou sob pressão, eu pude reagir. Foi uma corrida fenomenal para nós", afirmou Hamilton após o triunfo no circuito de Albert Park, em Melbourne.

Dominador ao longo de todo o fim de semana, o britânico largou da 'pole position' e controlou integralmente as 58 voltas da corrida para atingir a sua 34.ª vitória na F1, mas apenas a segunda na Austrália, depois da que obteve em 2008, ano do seu primeiro título.

"Talvez não se consiga ver do exterior, mas eu ataquei do princípio ao fim. O único problema é que Lewis não fez qualquer erro, fez uma corrida de campeão do mundo", resumiu Rosberg, vencedor de cinco corridas e autor de 11 'poles' em 19 corridas na época passada.

Um degrau bem abaixo dos Mercedes, Sebastian Vettel terminou a 34 segundos de Hamilton. Mesmo assim, o lugar no pódio foi uma boa indicação para a marca italiana e mereceu da sua parte a exclamação "forza Ferrari" ainda dentro do habitáculo, durante a volta de honra.

Largando da quarta posição da 'grelha', o germânico ultrapassou Felipe Massa (Williams) graças à sua estratégia de paragem nas 'boxes', retardada até à 24.ª volta com uma boa gestão de pneus. O brasileiro terminou a corrida nos retrovisores de Vettel, mas acabou em definitivo no quarto lugar.

"Penso que os Ferrari deram um grande passo em frente, é evidente que deram um dos maiores saltos. Por isso, é claro que não podemos excluí-los porque prevejo que vamos ter uma boa luta com eles a dada altura da época", disse Hamilton.

O lado mau da corrida, nomeadamente para os espetadores, foi o facto de apenas 15 carros terem iniciado a corrida – o menor número desde o Grande Prémio de Espanha de 1970 (16). Os Manor Marussia não saíram das 'boxes' desde sexta-feira e, como era sabido, não iriam correr, tal como o finlandês Valtteri Bottas (Williams), que se magoou durante as qualificações, mas a volta de colocação na 'grelha' fez mais duas 'baixas', Kevin Magnussen (McLaren-Honda) e Daniil Kvyat (Red Bull-Renault), que abandonaram com problemas mecânicos antes da partida.

O elenco reduziu-se a 13 na primeira volta, devido às desistências dos dois pilotos da Lotus, o francês Romain Grosjean e o venezuelano Pastor Maldonado, e no final foram apenas 11 os carros a ver a bandeira de xadrez, após as paragens do Ferrari do finlandês Kimi Raikkonen e do Toro Rosso do holandês Max Verstappen (Toro Rosso), o mais jovem piloto da história da F1.

Entre os estreantes, o brasileiro Felipe Nasr (Sauber), quinto, e espanhol Carlos Sainz Jr (Toro Rosso), nono, terminaram nos pontos no seu primeiro Grande Prémio da F1.