O português Miguel Oliveira concluiu hoje o dia de estreia como piloto de MotoGP, categoria rainha de motociclismo de velocidade, com o 25.º e último tempo da sessão de testes realizados em Valência, Espanha.

O piloto da KTM foi dos últimos a sair para a pista, durante a manhã, depois de alguns acertos no sistema de travagem dianteiro da sua RC16, a mota com que vai enfrentar a temporada de 2019, que marca a estreia de um português na classe rainha do Mundial de velocidade.

Oliveira registou o seu melhor tempo na 21.ª das 33 voltas efetuadas ao circuito Ricardo Tormo, em Valência, onde as equipas de MotoGP realizaram o primeiro de dois dias de testes de pré-temporada.

O dia foi de adaptação à nova mota, pelo que o facto de ter ficado com o 25.º e pior registo da sessão, com 1.35,118 minutos, foi desvalorizado pelo piloto português.

"Foi melhor do que o esperado. Foi pena não termos podido rodar mais. Esperava ter podido dar mais voltas, mas o tempo esteve instável. Mudámos os comandos, as manetes dos travões, das velocidades, para me permitir estar mais confortável na mota, que tem muito mais potência. Obviamente, que temos muito mais controlo da mota devido ao controlo de tração eletrónico. Esperava montar pneus novos para rodar mais perto do limite, mas começou a chover e não deu", explicou Miguel Oliveira, no final do dia.

A principal diferença encontrada pelo almadense prende-se com a forma de curvar. "Em Moto2 deslizamos muito nas entradas de curva, o que nos ajuda mais a criar referências. Em MotoGP não deslizamos tanto ao entrar nas curvas, o que torna mais difícil confiar só na frente para virar a mota. Mas percebi que posso fazer muito mais do que aquilo que fiz", sublinhou.

O piloto português lembra que, neste momento, parte "do zero". "Não tenho referências. É difícil dizer alguma coisa específica sobre o motor ou o quadro, pois estou a começar do zero", sublinhou Oliveira após o primeiro dia com a nova equipa, a KTM Tech3, depois de três anos com a Red Bull KTM Ajo.

"Fomos melhorando os tempos, pelo que estou satisfeito por isso. Obviamente, ainda fui bastante lento, mas acredito que estou a levar o meu tempo para perceber [a mota] e poder dar passos sólidos", concluiu o almadense, que na quarta-feira voltará à pista espanhola, depois de hoje a sessão ter acabado uma hora e meia mais cedo devido às fortes chuvadas

De manhã, Oliveira começou por deixar a mota ir abaixo na primeira saída para a pista, mas acabaria por efetuar o 21.º melhor registo, com o tempo de 1.35,469 minutos. À tarde, os pilotos foram melhorando os seus tempos, tal como o português, que viu o seu novo companheiro de equipa, o malaio Hafizh Syahrin, terminar em 24.º, com 1.34,233 minutos, 0,885 segundos mais rápido do que o português.

O italiano Francesco Bagnaia foi o melhor dos estreantes, ao ficar em 11.º, com o tempo de 1.32,396 minutos, numa sessão dominada pelo espanhol Maverick Viñales, em Yamaha, com 1.31,416 minutos, seguido do compatriota da Honda Marc Márquez (Honda), campeão em título, que rodou em 1.31,718 minutos.