O piloto português Miguel Oliveira disse hoje que lhe saiu uma pressão de cima dos ombros, depois de conseguir o primeiro triunfo no Mundial de motociclismo, dizendo que sentiu uma “explosão de alegria” quando cortou a meta.

“[Sentimento de vencer] É difícil definir. O cruzar da meta é uma explosão de alegria, algumas lágrimas de felicidade. É um grande orgulho ser o único português a ganhar uma prova do mundial. Já estava à procura e estive muito perto em várias ocasiões e finalmente conseguimos”, disse, em declarações à agência Lusa.

Na sua quinta presença na terceira categoria no Mundial de motociclismo de velocidade, Miguel Oliveira somou o primeiro triunfo depois de já ter subido cinco vezes ao pódio.

“Sem dúvida é uma pressão que queremos tirar de cima dos ombros, a da primeira vitória. Agora sinto-me mais confortável e mais tranquilo”, garantiu.

Depois de ter saído da 11.ª posição da grelha de partida, Miguel Oliveira assumiu pela primeira vez a liderança a 12 voltas do fim e, apesar de ter perdido várias vezes o comando, conseguiu vencer

Oliveira cumpriu as 20 voltas em 39.39,510 minutos, menos 71 milésimos do que o britânico Danny Kent (Honda) e 127 do que o italiano Romano Fenati (KTM).

“Esta corrida particularmente complicada. Aqui em Mugello, as corridas são sempre complicadas. (...) É uma corrida muito combatida e, de facto após liderar tantas voltas, pensei que não conseguia. No final da última volta, fui feliz com a minha estratégia”, afirmou.

Para Miguel Oliveira, o segredo “foi não cometer muitos erros”, pois “sabia que, quando estava a liderar, tinha muito bom ritmo, tinha muito boas referências sem ninguém à frente”.

“Quando o Romano Fenati me passou uma vez à frente, fizemos uma volta bastante lenta e eu pensei que estava mais confortável para liderar a corrida. Ao sair tão rápido da última curva e cortar a meta em primeiro sem que ninguém me passasse, sabia que era possível [ganhar]. Ensaiei isso várias vezes e fui feliz com esta estratégia”, referiu.

Apesar de ter liderado durante muito tempo, Miguel Oliveira reconheceu que a corrida “não estava bem controlada”, lembrando que teve de ultrapassar três pilotos na última volta.

“Na travagem para a primeira curva passaram-me três pilotos e no final tive de ultrapassá-los outra vez, mas não foi fácil.

No Mundial, o português subiu quatro posições e é agora quarto classificado, com 66 pontos, com Kent a liderar com 124, à frente do italiano Enea Bastianini (Honda), com 78, e Benati, com 67.

“Faltam tantos pontos, faltam 14 corridas. Ainda pode dar uma volta, mas não estou concentrado nisso, nem estou preocupado com o campeonato. Se conseguir continuar a ganhar corridas e a estar no pódio constantemente, vou somando pontos e no final fazemos contas. Mas agora a mentalidade é pensar corrida a corrida”, referiu.