Sexto classificado no campeonato Moto3 de 2013, o único piloto português no Mundial de velocidade, Miguel Oliveira (Mahindra), acredita que esta temporada tem mais "armas" para lutar por vitórias e pódios, numa categoria "orfã" do seu campeão.

A poucos dias do arranque do Mundial de Moto GP, no domingo, no Grande Prémio do Qatar, o piloto de Almada, de apenas 19 anos, considerou que, após um primeiro ano de alguma inconstância da mota Mahindra, a equipa poderá este ano "brilhar e ficar numa boa posição", conquistando "vitórias e bastantes pódios".

No ano passado, Miguel Oliveira ficou em sexto lugar na categoria 250cc, tendo conquistado um pódio (um terceiro lugar no GP da Malásia) e uma "pole position" (GP da Holanda, que acabaria em quarto).

Apesar das expectativas elevadas para este ano, o piloto português mostrou-se cauteloso quanto às possibilidades de subir de escalão para o Moto2 (600 cc).

"Passar para uma outra categoria teria de envolver outras coisas. No início de temporada não me concentraria muito nisso. Mas, se fizer um bom campeonato, se terminar no top-3 e ganhar bastantes corridas e se encontrasse a equipa certa para transitar, então acho que faria todo o sentido", salientou o piloto na passada sexta-feira, numa sessão de apresentação de um dos seus patrocinadores.

Miguel Oliveira, de 19 anos, diz que a equipa Mahindra está "mais do que preparada para a primeira corrida" (no Qatar) e que os testes de pré-época no circuito de Valência (Espanha) deram para ajustar componentes e "trabalhar no ritmo de corrida".

"No ano passado faltava velocidade [à mota da Mahindra] para atacar nas retas e defender nas curvas", disse o piloto, estimando que em cada reta do Qatar, em 2013, a mota Mahindra perdia "meio segundo".

Pelo quarto ano consecutivo na Moto3 (em 2011 chamava-se categoria 125cc), Miguel Oliveira enfrenta forte concorrência, numa classe que prima pela igualdade e que este ano não terá o campeão, o espanhol Maverick Viñales, para defender a "coroa".

Mesmo "orfã" de Viñales (que subiu de escalão para a Moto2), a categoria inferior do Moto GP tem nos espanhóis Alex Rins (vice-campeão) e no seu companheiro de equipa e compatriota Alex Márquez (irmão do campeão de MotoGP) fortes candidatos, ambos em motas novas da Honda.
Alex Rins mostra-se otimista para a primeira corrida da temporada.

"[O circuito de] Losail é bastante rápido, algumas curvas parecem-se com as de Jerez e apenas tem uma curva lenta, por isso, acredito que a nova moto vai adaptar-se bem a este tipo de traçado. Mas há pilotos que rodam rápido em perseguição e será interessante ver o que se vai passar quando os pneus começarem a desgastar-se", salientou o piloto da Repsol Honda.

No entanto, a fabricante campeã de Moto3 é a KTM (pela qual Rins e Márquez corriam no ano passado) e a fiabilidade da marca austríaca deverá dar garantias adicionais aos seus pilotos oficiais: o australiano Jack Miller, bem como os checos Jakub Kornfeil e Karel Hanika.

Jack Miller foi consistentemente o mais rápido no último teste de pré-época em Jerez de la Frontera.