O finlandês Mikko Hirvonen (Citroen) conquistou hoje a sua primeira vitória no Rali de Portugal, ao terminar a prova com o tempo total 4:19.24,3 horas, após cumprir a última especial, ganha pelo espanhol Dani Sordo (Mini).

Após vários anos a ver a vitória escapar-se, nos dois últimpos para o francês Sebastien Ogier, que entretanto saiu da Citroen para Hirvonen entrar, o piloto nórdico conquista o triunfo em Portugal, na que terá sido uma das suas vitórias mais fáceis, apesar das condições meteorológicas adversas na sexta-feira.

Além de Hirvonen, também a sua equipa sai aliviada de Portugal, uma vez que no final da tarde de quinta-feira estava claramente atrás da Ford. O campeão do Mundo e antigo líder do campeonato, o francês Sebastien Loeb, tinha abandonado e os dois pilotos da sua rival estavam na frente da prova e com tudo para poderem gerir a sua vantagem, obrigando Hirvonen a atacar.

A manhã de sexta-feira foi determinante para o que restou do rali. A tempestade que se abateu no Algarve apanhou todos os concorrentes desprevenidos, mas, em vez de gerirem as suas posições, os dois pilotos da Ford saíram de estrada nas duas primeiras classificativas do dia, entregando de bandeja o triunfo a Hirvonen, que levantou o pé e não teve necessidade de atacar, assegurando igualmente a sua primeira vitória desde que se transferiu da Ford para a Citroen.

Apesar de todos os intervenientes terem referido que as condições atmosféricas transformavam a prova numa lotaria, os responsáveis da Ford ficaram furiosos com o que sucedeu com os seus dois pilotos, numa altura em que tinham tudo para poderem recuperar do atraso no campeonato do Mundo devido à desistência de Loeb no dia anterior.

Não foi isso que sucedeu, e a Citroen minimizou a saída do seu principal piloto, colocando Hirvonen na frente e beneficiando de um quadro em que o nórdico podia gerir tranquilamente a sua prova, já que os Ford - em super rali - ficaram muito atrasados e tentavam apenas ganhar alguns pontos para não se atrasarem ainda mais na classificação.

A desistência em Portugal atirou Loeb para o segundo posto do Mundial, mantendo os 66 pontos, enquanto o seu companheiro de equipa ascendeu à liderança, agora com 75 pontos.

A Ford sai completamente derrotada de Portugal e sem qualquer margem de erro para o que resta do campeonato, já que o norueguês Petter Solberg é terceiro com 59 pontos, a 16 de Hirvonen, e o finlandês Jari-Matti Latvala caiu para o sexto posto da geral com apenas 28 pontos.

Segue-se no calendário o Rali da Argentinha, a disputar entre 27 e 29 de abril, uma prova determinante para a Ford reentrar no campeonato e em que a Citroen pode gerir a vantagem confortável que detém nos campeonatos de pilotos e de construtores.

Entre a desilusão e a esperança, o rali acabou por correr mal a Armindo Araújo, que teve de se resignar a ser "apenas" o melhor português, depois de ainda ter chegado a sonhar com um posto nos 10 primeiros.

Araújo entrou mal na prova e, logo no primeiro dia, uma saída de estrada fez-lhe perder alguns minutos, tendo o piloto luso admitido na altura que o objetivo "top-10" estava fora de alcance.

O caos que se viveu na manhã de sexta-feira devido à chuva que se abateu no Algarve, provocou muitas alterações na classificação e Armindo, que até nem puxou muito - a exemplo de outros concorrentes tentou apenas se manter dadas as más condições -, chegou ao final da etapa, encurtada pela organização, bem perto dos 10 primeiros.

Por razões de segurança, a organização decidiu anular os três troços da secção da tarde de sexta-feira, tendo a prova sido retomada no sábado e com Armindo na luta pelo 10.º posto. No entanto, na segunda classificativa da tarde, e quando estava em condições de ultrapassar o finlandês Jari Ketomaa (Ford) no 10.º posto, o braço da suspensão do Mini cedeu e o português foi obrigado a desistir.

Armindo Araújo regressou hoje para cumprir o super rali e tentar ser pelo menos o melhor português, objetivo que cumpriu facilmente, terminando a prova num frustrante 16.º lugar, a distantes 22.55,7 minutos do vencedor.

Numa prova também pontuável para o campeonato de Portugal de ralis - apenas duas das quatro etapas do Rali de Portugal contaram -, Miguel Barbosa (Mitsubishi) teve uma excelente estreia no rali luso e saiu do algarve na liderança do campeonato.

O açoriano Ricardo Moura (Mitsubishi), campeão em título e que chegou ao Rali de Portugal na liderança do campeonato, disputada que estava uma prova, perdeu esse mesmo comando, mas ainda garantiu 10 pontos de bónus, ao vencer uma das duas etapas que contaram para a prova.

Depois do Rali de Portugal, a próxima prova do campeonato nacional, o Rali Torrié, está agendada para os dias 28 e 29 de Abril. 

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