O piloto português Miguel Oliveira (KTM) admitiu ter ficado "feliz por poder dedicar a vitória" no Grande Prémio de Portugal de MotoGP, conquistada hoje, “a todos os portugueses”.
O piloto português falava aos jornalistas numa conferência de imprensa virtual, a partir do Autódromo Internacional do Algarve (AIA), que acolheu a 14.ª e última prova da temporada.
"Sim, foi uma corrida longa, muito longa. Na Áustria [palco da primeira vitória da carreira em MotoGP], foi uma ultrapassagem de última hora. Houve muita adrenalina. Aqui não havia ninguém [à frente], comecei e acabei em primeiro", explicou o piloto da equipa Tech3.
Miguel Oliveira revelou que, "durante as três primeiras voltas, não quis olhar para o quadro da equipa" no muro das boxes.
"Tentei fazer as minhas trajetórias. Comecei a fazer [tempos no segundo] 40.0 e pensei que seria uma boa referência para o ritmo a que conseguia ir", revelou.
O português, de 25 anos, contou ainda que, depois de chegar ao meio segundo de avanço para os perseguidores, tentou "alargar a diferença para ter uma vantagem para gerir".
Sobre o campeonato deste ano, o piloto luso destacou o facto de ter sido "um formato diferente de corridas", com 14 provas em cinco meses, que gerou "uma competitividade diferente, com motas sem serem de fábrica a ganharem corridas”.
“É mais imprevisível. No próximo ano ainda vai ser mais difícil alguém destacar-se e liderar, mas posso estar enganado", completou Miguel Oliveira, que ficou "feliz por poder dedicar esta vitória a todos os portugueses".
O luso sublinhou que não foi o maior conhecimento do circuito a fazer a diferença.
"Concordo que tinha um conhecimento diferente da pista, sobretudo com vento, mas não sei até que ponto isso é vantagem, porque tivemos muito tempo para os treinos e a mota é muito diferente da das Superbikes. O Franco [Morbidelli] e outros também já correram aqui, todos testaram aqui em outubro", notou.
Miguel Oliveira frisou ainda que "terminar [o campeonato] com duas vitórias é bom". "O Pol [Espargaró] conseguiu mais pódios em corridas difíceis, em que terminei perto, mas não o suficiente para estar no pódio. Faz-me pensar que talvez pudéssemos ter feito um pouco melhor", disse.
Já o segundo classificado na prova portuguesa, o australiano Jack Miller (Ducati), deu os parabéns ao piloto português, que correu de “forma incrível".
"Correr em casa é assim, é normal. Ter algum conhecimento ajuda, mas outros já tinham corrido aqui", sublinhou, dizendo que o campeonato deveria terminar no AIA “todos os anos".
Já o italiano Franco Morbidelli (Yamaha), terceiro classificado no Grande Prémio português, destacou o trabalho realizado por Miguel Oliveira ao longo do fim de semana.
"Fez um trabalho incrível. Afinou bem a mota. Foi o melhor piloto este fim de semana. O facto de ele conhecer a pista não contou muito", sublinhou.
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