O Campeonato do Mundo de Ralis 2014 (WRC) arranca quinta-feira com o Rali de Monte Carlo, com o francês Sébastien Ogier (Volkswagen) como o grande favorito e quatro marcas representadas, inédito desde 2008.

A 82.ª edição do Rali de Monte Carlo - um dos mais conhecidos no Mundo - começa na manhã de quinta-feira com uma pequena "homenagem" ao campeão do Mundo em título, já que a partida está marcada para os arredores da localidade de Gap (Alpes Franceses), de onde é natural Ogier.

Depois de uma edição de 2013 em que partilhou a atenção dos media com os nove vezes campeão do Mundo Sebastien Loeb (que apenas disputou quatro corridas, vencendo em Monte Carlo), Ogier parte distanciado nas apostas, ao volante de um Volkswagen Polir.

A marca alemã trabalhou no carro 17 meses antes de o estrear em 2013 e, com Ogier ao volante, "levou tudo à frente", tornando-se na primeira a sagrar-se campeã de construtores e de pilotos num ano de estreia.
Com Loeb dedicado em exclusivo às corridas de circuito (na FIA GT Racing, onde faz dupla com Álvaro Parente num McLaren GT), resta saber se Ogier inicia agora uma nova era nos ralis.

A Volkswagen, que além de Ogier conta com o finlandês Jari-Matti Latvala na equipa principal, registou ainda uma segunda equipa, a Volkswagen Motorsport II, entregando um volante à jovem promessa norueguesa Andreas Mikkelsen.

Mas o WRC 2014 tem outras surpresas na manga: quatro equipas de fábrica, Volkswagen, Citroën, Ford e a estreante Hyundai, algo que não acontecia desde 2008, e uma "dança de cadeiras" nos pilotos.

O belga Thierry Neuville - surpreendente número dois na classificação no ano passado - trocou a Ford pela Hyundai, num ano em que a marca sul-coreana deverá passar, em grande medida, em afinações.

Neuville já admitiu que quer sagrar-se campeão pela marca no espaço de três anos, mas resta saber se terá carro para isso.

A fazer equipa com Neuville num segundo Hyundai i20 estarão vários pilotos, em rotação: esta semana em Monte Carlos estará o espanhol Dani Sordo (ex-Citroen), mas em ralis disputados maioritariamente noutros tipos de piso serão Juho Hanninen ou Chris Atkinson a acompanhar o belga.

A Ford recupera o finlandês Mikko Hirvonen - o homem que mais ameaçou Loeb durante os seus nove anos de reinado. "Histórico" da Ford - onde começou em 2006 e de onde saiu em 2012 para a Citroën - o finlandês regressa agora, ao lado de outra das figuras deste WRC: o polaco Robert Kubica, ex-piloto de Fórmula 1 e campeão do WRC-2 em 2013, naquela que foi a sua primeira época completa nos ralis.

A Citroën é a marca que menos emoção tem criado à sua volta neste início de campeonato. A marca francesa - órfã este ano de "pesos pesados" como Loeb ou Hirvonen - recrutou o jovem norueguês Mads Ostberg (ex-Ford) e o britânico Kris Meeke, um piloto que também tem pouca experiência no WRC.

Num WRC sem pilotos portugueses nas principais equipas "de primeira água", os adeptos lusos terão o seu momento alto de 03 a 06 de abril, no Rali de Portugal, quarta prova de um Mundial que conta este ano com 13 ralis.

O campeonato, que mais uma vez terá como últimas provas o Rali de França (03 a 05 de outubro), de Espanha (24 a 26 de outubro) e do Reino Unido (País de Gales, 14 a 16 de novembro), inclui no calendário o regresso do Rali da Polónia, ausente desde 2009, por troca com a Grécia.