Um mês após Hayden Paddon (Hyundai) ter quebrado a hegemonia da Volkswagen, ao vencer na Argentina, o Rali de Portugal arranca na quinta-feira com expetativas sobre a real capacidade do neozelandês para rivalizar com Sébastien Ogier.

Vencedor em Monte Carlo e na Suécia e segundo no México e na Argentina, o francês tricampeão do mundo regressa à Europa na liderança do Mundial, com 96 pontos, mas um pouco mais pressionado por Paddon, que somou o seu primeiro triunfo no WRC naquele país da América do Sul e chega à quinta prova do calendário na segunda posição, com 57.

Aquele que era visto como terceiro piloto da escuderia sul-coreana, atrás do belga Thierry Neuville e do espanhol Dani Sordo, assume-se por agora como principal arma da Hyundai para contrariar o favoritismo dos homens da Volkswagen, incluindo o finlandês Jari-Matti Latvala, primeiro no México e vencedor do Rali de Portugal em 2015.

"Temos de fazer um 'reset' agora que nos preparamos para Portugal. Estamos a avançar para uma série de ralis europeus onde temos muito mais experiência. Queremos continuar com o nível de performance que mostrámos na Argentina, lutando com mais regularidade na frente", afirmou Hayden Paddon, que conseguiu o melhor resultado do novo i20 e deu à Hyundai o segundo triunfo no Mundial, depois do Rali da Alemanha em 2014.

Único a andar ao ritmo dos Polo R na Argentina, o 'kiwi' espera conseguir fazê-lo novamente em Portugal e, pelo menos, evitar que a marca alemã repita o domínio absoluto do ano passado, em que conseguiu o seu melhor resultado de sempre num rali, monopolizando o pódio - com Latava, Ogier e Andreas Mikkelsen - e também a 'power stage'.

Depois de adiar o seu primeiro triunfo na Argentina e de, mais uma vez, criticar a regra que obriga o líder do Mundial largar na frente e 'limpar' a estrada nos dois primeiros dias, Ogier parte para a superespecial de Lousada, na quinta-feira, em busca da quinta vitória em Portugal, após as de 2010, 2011, 2013 e 2014. Se o conseguir, no domingo terá igualado o finlandês Markku Alen, recordista de êxitos na prova portuguesa (1975, 1977, 1978, 1981 e 1987).

Mas, além de Paddon, Ogier deverá encontrar outros obstáculos, como o regular norueguês Mads Ostberg (Ford Focus RS), terceiro do Mundial, com 52 pontos e presenças no pódio na Suécia e no México, ou os seus colegas de equipa. Mikkelsen, quarto classificado (48), tem sido mais constante, mas Latvala, sexto (27), quer levar um novo triunfo de Portugal.

Entre ambos está Dani Sordo (44), o catalão que nas estradas portuguesas tem sempre grande apoio dos muitos espanhóis que cruzam a fronteira para ver esta prova do Mundial de ralis, cuja 50.ª edição vai centrar-se pelo segundo ano seguido no norte do país.

Com um perfil semelhante ao de 2015, o Rali de Portugal terá 368 quilómetros cronometrados divididos por 19 classificativas, mais três do que no ano passado, apresentando como grande novidade a 'Porto Street Stage', uma especial-espetáculo de 1,85 km no centro da cidade a percorrer duas vezes no final do segundo dia.

Depois da saída de Guimarães, a prova começa a sério com a superespecial na pista de ralicrosse de Lousada ao fim da tarde de quinta-feira e desloca-se no dia seguinte para o Alto Minho, onde os pilotos terão de cumprir duas passagens nos troços de Ponte de Lima, Caminha e Viana do Castelo, antes da 'Porto Street Stage' ao início da noite.

No sábado, o palco será a zona do Marão, com duplas passagens nas especiais de Baião, Marão e Amarante, sendo este o mais longo troço da prova, com 37,67 quilómetros.

Para o último dia, há mais quatro classificativas, repartidas pelos troços de Fafe, com o seu famoso salto, e Vieira do Minho, que este ano, por ser feita a dobrar, viu a sua extensão encurtada em 10 quilómetros.