O piloto português Pedro Lamy pode sagrar-se no fim de semana campeão da categoria GTE-Am do Mundial de resistência, na última prova do calendário, no Bahrain, e disse hoje à Lusa que a equipa quer “tentar vencer a última corrida”.

Lamy, de 45 anos, integra a Aston Martin Racing, equipa britânica em que partilha o carro com o austríaco Mathias Lauda, filho do ‘mítico’ campeão de Fórmula 1 Niki Lauda, e o canadiano Paul Dalla Lana, liderando a classe em que competem com 166 pontos, à entrada para a última prova do campeonato do mundo.

O Mundial está dividido em quatro categorias, sendo que as primeiras duas, LMP1 e LMP2, são destinadas a protótipos, seguidas de LGTE-Pro e GTE-Am, para carros GT.

Em segundo lugar está a equipa alemã Dempsey-Proton Racing, com os pilotos alemães Christian Ried e Marvin Dienst ao lado do italiano Matteo Cairoli, com 156, com a Clearwater Racing, de Singapura, a fechar o pódio com 147.

Para as 6 Horas do Bahrain, Pedro Lamy assume que o objetivo na mente da equipa britânica é só um – “tentar vencer a corrida e, acima de tudo, o mais importante é vencer o campeonato”.

Os bons resultados no campeonato “dão uma certa motivação” à equipa, que tem o conforto de ter estado a bom nível durante o calendário e ter conseguido “várias vitórias numa época positiva que dá algum otimismo”.

O trio venceu três corridas, em Spa, no Circuito das Américas e em Xangai, somando ainda dois segundos lugares e um terceiro, ficando fora do pódio nas 24 Horas de Le Mans, em que foram quartos classificados, e em Fuji, terminando no quinto posto.

Em 2016, a equipa “não esteve tão competitiva quanto esperava” no circuito do Bahrain, mas o objetivo é “ver como o carro se comporta” para poder fazer frente a uma concorrência para a qual “não há uma grande diferença de pontos”.

A Aston Martin e Pedro Lamy perseguem a vitória na classe desde 2014, quando o luso terminou no segundo posto, conseguindo fechar o pódio em 2015 e 2016, mas o triunfo poderia ser um novo marco na carreira do piloto.

“A vitória no campeonato seria muito boa para a minha carreira. Corro há muitos anos e não sei quantos ainda vou correr, por isso seria muito bom”, afirmou.

Para 2018, ainda não tem “nada confirmado”, mas espera ter notícias em breve, e adianta que “gostava de continuar a fazer o mesmo tipo de provas, se possível neste campeonato”, até porque a próxima temporada do Mundial é mais longa, com duas edições das 24 Horas de Le Mans, estendendo-se até 2019.

Lamy espera que as mudanças “tragam coisas boas”, ainda que admita que é “um pouco estranho começar a meio da época e acabar também a meio”, num “campeonato muito longo” e “um bocado complexo”.

“Este próximo campeonato é um bocado complexo, começa já tarde, a meio da temporada, e só acaba nas 24 Horas de Le Mans de 2019, o que é um pouco atípico, mas vai ser também bastante interessante”, destacou o piloto.

Apesar da saída de construtores como a Porsche e a Audi da principal categoria, a força das classes GT compensam em atratividade, uma vez que conta com “cada vez mais marcas e é cada vez mais competitivo”, com “grandes investimentos”.

“Na LMP2, também está bastante competitiva, com muitos carros. O facto do LMP1 ter poucos participantes, com uma equipa de fábrica e o resto a serem, provavelmente, só equipas privadas, não sei o que poderá trazer, mas a verdade é que as coisas se tornaram mais pobres na categoria rainha”, comentou o piloto, o primeiro português a pontuar na F1.

O Mundial de resistência termina este fim de semana com as 6 Horas do Bahrain, sendo que na categoria ‘rainha’, a LMP1, o título já está entregue à Porsche, num protótipo conduzido pelo alemão Timo Bernhard e os neozelandeses Earl Bamber e Brendon Hartley, que triunfaram em quatro provas consecutivas, entre elas Le Mans.