Mais de 330 quilómetros cronometrados, divididos por 16 especiais, e um regresso às históricas partidas dos Jardins do Casino Estoril são os ingredientes principais do Rali de Portugal, prova do Campeonato do Mundo apresentada hoje em Lisboa.
"Passam 40 anos do Rali Internacional TAP, o antecessor do Rali de Portugal, e decidimos fazer a partida de um local emblemático e histórico ligado à prova, os Jardins do Casino Estoril. Depois disso, o Rali segue um figurino muito semelhante às últimas edições pontuáveis para o Mundial de Ralis [WRC]", explicou aos jornalistas o diretor de prova, Pedro Almeida, na apresentação do rali, na sede do organizador, o Automóvel Clube de Portugal.
O primeiro momento de competição do Rali, que decorre de 03 a 06 de abril, é uma superespecial de 3,27 quilómetros na tarde de quinta-feira, com o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, como pano de fundo.
Seguem-se depois três dias de corrida em troços de terra no Algarve e Baixo Alentejo, num total de mais de 336 quilómetros cronometrados em localidades como Silves, Ourique, Almodôvar, Santa Clara, Santana da Serra, Malhão, Loulé e São Brás de Alportel (um regresso ao Rali de Portugal).
"Novidades: a classificativa mais longa do rali, que é Santana da Serra [31,90 km], vai ser feita este ano em sentido contrário, o que, para os pilotos, é uma novidade completa", explicou Pedro Almeida, acrescentando que este ano também a tradicional "Power Stage" (última classificativa especial que atribui pontos extra aos mais rápidos) vai sofrer alterações, por imposição do promotor do WRC.
O novo formato para as provas europeias do WRC impõe que a "Power Stage" tenha uma extensão entre 10 e 15 quilómetros e início obrigatório às 11:00, pelo que a organização da prova abdicou do formato do ano passado, em que a "Power Stage" foi uma segunda passagem pelos 52 quilómetros de Almodôvar.
"Passámos assim para uma versão mais curta em Loulé, apenas com 14 quilómetros, porque esse troço vai ser transmitido a nível mundial pela televisão. É preciso uniformizar procedimentos, portanto, teremos Loulé como troço final do rali", salientou Pedro Almeida.
Para a 48.ª edição do Rali de Portugal estão inscritos mais de 80 carros, 15 dos quais do Campeonato do Mundo de Ralis (WRC), além dos principais pilotos portugueses - como Bernardo Sousa, Pedro Meireles, Rui Madeira e o campeão nacional Ricardo Moura -, já que a primeira etapa é pontuável para o Campeonato Nacional de Ralis.
Apesar da liderança de Sebastien Ogier (Volkswagen Polo-R) no Mundial de pilotos (com três pontos de vantagem sobre o seu companheiro de equipa Jari-Matti Latvala), Pedro Almeida não arrisca favoritos.
"A Volkswagen tem dado ao longo do último ano e meio uma prova de superioridade, mas os ralis são difíceis de prever. Um incidente, mecânico ou não, pode sempre acontecer. [...] Mas há outros pilotos que dão nas vistas [...] e tenho a certeza de que o rali será bastante competitivo", afirmou.
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