Milhares de adeptos de desportos motorizados tornaram hoje Fafe, ‘palco’ de duas especiais do Rali de Portugal, um autêntico estádio, sobretudo junto ao salto da Pedra Sentada, um dos pontos mais concorridos da prova portuguesa do Mundial.
O cenário é o habitual, com a moldura humana, a maioria jovens, a preencher as colinas que rodeiam o salto, num ambiente festivo, controlado pelas restrições da organização, por motivos de segurança.
Longe vão os tempos em que milhares de amantes dos automóveis, nos longínquos anos 1980, quando dominavam os potentes carros de grupo B, e se perfilavam nas bermas logo após o salto, em imagens que ficaram para a história dos ralis.
Hoje, porém, tudo é diferente, para melhor e mais seguro. Ao vento, afastadas do perigo, veem-se muitas bandeiras, de vários países, destacando-se as portuguesas e as espanholas, mas também as belgas, em apoio ao líder da prova, Thierry Neuville (Hyundai i20).
Na multidão, salpicada por tantas geleiras que refrescam as bebidas à espera de uma manhã de muito calor, ouvem-se conversas, em muitas línguas, ou não fosse esta uma das provas mais concorridas do Mundial.
A completar o quadro festivo, uma parafernália de sons, que brotam de equipamentos sonoros improvisados pelos amantes pelos ralis, o roncar dos motores de motosserras, gaitas e buzinas que não deixam dormir os mais teimosos.
Os aplausos maiores são para um entusiasta, vestido com uma camisola do Sporting, que hoje disputa a final da Taça de Portugal de futebol frente ao Desportivo das Aves, que agita a sua motosserra para a multidão.
Muitos dos que ocupam os lugares mais privilegiados para apreciar o salto já estão na serra há alguns dias, numa espécie de campismo improvisado, mas onde parece nada faltar para o bem-estar dos aficionados.
São centenas as tendas e autocaravanas espalhadas pelas redondezas, onde, para muitos, a noite passada foi longa, entre grelhados e outros petiscos que deixaram o cheiro característico.
Manhã cedo, os mais retardatários caminhavam, em grupos e carregados de sacos, vários quilómetros a pé, porque o trânsito foi fechado muito longe do troço. Nada que os faça desistir, porque a romaria do rali é assim todos os anos em Fafe.
Depois da primeira passagem, será uma longa espera, de mais de três horas, para o regresso dos pilotos, com a sua passagem que corresponderá ao último troço do rali, a partir das 12:18, com honras de ‘powerstage' e pontos extra para os mais rápidos.
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