O diretor de prova do Rali de Portugal admitiu hoje que o Automóvel Clube de Portugal está a estudar a possibilidade de a prova regressar ao norte do país, localização com vantagens, mas mais cara.

"O que posso garantir é que a edição deste ano será no Baixo Alentejo e Algarve. O trabalho que tem vindo a ser desenvolvido tem sido o de avaliar a possibilidade de realizar o rali no norte. Não é certo [que venha a ser]. [...] Uma decisão sobre este assunto deverá ser tomada nos próximos meses", declarou hoje Pedro Almeida, na apresentação do Rali de Portugal 2014, na sede do Automóvel Clube de Portugal, em Lisboa.

Questionado sobre se o ACP tem "uma vontade real" de mudar o rali de Portugal para o norte do país, de onde está ausente há dez anos consecutivos, Pedro Almeida disse que a entidade organizadora da prova está a preparar todos os cenários.

"Há uma vontade real do ACP de fazer o melhor possível para que o Rali de Portugal seja uma prova de referência no Campeonato do Mundo. O norte tem uma vantagem inegável: tem muitos mais espetadores, mais paixão e, nesse aspeto, é difícil de reproduzir noutras zonas do país. O sul tem outras vantagens, tem troços magníficos, como o norte também tem, e condições de segurança dificilmente atingíveis no norte", disse o diretor de prova.

Por outro lado, Pedro Almeida considerou que um rali no norte ou no centro seria sempre mais caro do que o atual percurso, que este ano representou um orçamento entre os 2,5 milhões e os 3 milhões de euros.

"O rali feito no norte, pelas próprias condições - com a existência de muitas cidades, vilas e aldeias nas zonas do rali - é muito mais dispendioso de montar do que no sul. Portanto, nesta altura, a grande decisão - da direção do ACP - é saber se conseguem ou não reunir os meios financeiros necessários para que, quer seja no norte, no centro ou no sul, continue a haver Rali de Portugal e que continue a pontuar para o WRC", sublinhou.

Na apresentação da prova, que decorrerá de 03 a 06 de abril em Lisboa, no Algarve e no Baixo Alentejo, Pedro Almeida referiu que "o Rali de Portugal tem sido, desde 2007 e de forma consolidada, o acontecimento desportivo com maior retorno económico depois do Euro 2004".

De acordo com um estudo da Universidade do Algarve, coordenado pelo professor Fernando Perna, o impacto positivo direto na economia da região onde a prova se desenrola, em particular o Baixo Alentejo e o Algarve, foi superior a 54 milhões de euros.

A estes valores, acrescenta o trabalho, "junta-se ainda a exposição nas diversas cadeias de televisão a nível mundial, que permitiu elevar para perto de 102 milhões de euros o impacto económico total do Rali de Portugal 2013".

A prova recebe apoios do Turismo de Portugal, mas este ano - ao contrário de anteriores - não recebe ajudas financeiras do Instituto Português do Desporto e da Juventude.