O português Rui Madeira, campeão mundial de produção em 1995, admitiu que os pilotos do Mundial de ralis vão sentir dificuldades nos troços do Rali de Portugal, que este ano regressa à região Centro.
Rui Madeira, de 49 anos, o primeiro português campeão mundial de ralis (conquistou o título da então Taça FIA na classe de Produção, em 1995, ao volante de um Mitsubishi Lancer e, no ano seguinte, venceu o Rali de Portugal, ao volante de um Toyota Celica), tem ‘raízes’ familiares na região Centro, em Oliveira do Hospital, e alimenta a curiosidade de ver o pilotos de topo em Arganil.
"Todos os pilotos das equipas de fábrica vão fazer aqueles troços pela primeira vez, à exceção de alguma equipa que tenha usado Arganil para testes. Serão classificativas completamente novas para todos eles, em troços que exigem sempre alguma perícia", assinalou.
O antigo piloto, arquiteto na empresa familiar de construção civil em Almada, que tem protagonizado, nos últimos anos, alguns retornos pontuais à competição automóvel, lembrou que a região Centro - e em particular Arganil - "deu muito ao Rali de Portugal".
Rui Madeira recordou as ocasiões em que os troços da zona eram disputados na última etapa e decidiam a classificação geral, promovendo, em 31 de maio, no primeiro dia de prova, com todos os pilotos em competição, um regresso "ao interior devastado pelos incêndios" de 2017.
"A floresta já não é igual, acho até que há um bocadinho de risco porque a paisagem está devastada. Mas, por outro lado, será uma pequena alegria que se pode dar às pessoas da região Centro, tantos anos depois, o rali regressar a uma zona emblemática", frisou Rui Madeira.
Já Nuno Rodrigues da Silva, um dos copilotos portugueses mais experientes, disse à Lusa que a zona de Arganil "tem troços fantásticos de boas memórias".
"Vivi lá momentos extraordinários, os troços são bons, é uma zona que tem classificativas muito boas e competitivas, há público, há 'afición' e é prático ser na zona Centro do país. Tem toda a lógica que Arganil, Góis e Lousã façam parte de um rali de Portugal", sustentou o beirão natural de uma aldeia do concelho da Guarda, que coadjuvou, entre outros, Rui Madeira, Pedro Matos Chaves, Miguel Campos e Bernardo Sousa.
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