O piloto português Miguel Oliveira lembrou hoje, numa conferência de imprensa organizada pelo seu clube de fãs, em Almada, que os adversários têm de contar consigo para o que resta da temporada do Mundial de MotoGP.

O corredor da equipa oficial da KTM segue no sétimo lugar na classificação do Mundial, com 85 pontos, a 71 do líder, Fabio Quartararo (Yamaha), mas recordou o gesto que fez após a vitória no Grande Prémio da Catalunha, a imitar Cristiano Ronaldo quando ‘advertiu’ o Camp Nou, também em Barcelona, afirmando que “eu estou aqui”.

“A ideia já tinha surgido antes de Mugello [GP de Itália], por ser um momento em que precisava de me afirmar. Foi perfeito acontecer em Barcelona, que foi onde o Cristiano Ronaldo também fez aquele gesto há uns anos. Era algo que já tinha em mente, nada de especial. Apenas para dizer que também têm de contar comigo”, explicou.

Ainda assim, “no que diz respeito expectativas” para a segunda metade da época, que recomeça em agosto, com o GP da Estíria, após um curto período de férias, Miguel Oliveira ‘travou’ a fundo e optou pela “resposta do costume”.

“Apontamos sempre para o melhor, acreditamos muito em nós e no nosso trabalho e depois temos de o concretizar na pista, e eu acredito que o podemos fazer. Mas não estamos sozinhos e há sempre fatores externos. Portanto, a nossa função é focar naquilo que conseguimos controlar e dar o melhor em pista”, apontou o piloto.

Ainda assim, deixou escapar que há “duas coisas preponderantes” para poder alcançar o objetivo maior, de chegar ao final do campeonato em primeiro lugar: “Acreditar e chegar ao fim com mais pontos que todos os outros”.

“O essencial é acreditar até ao final. Acreditar quando se ganha é muito fácil. Quando não se ganha e se passa por momentos difíceis é um grande teste. Soa a cliché, mas a capacidade psicológica é preponderante no desporto, tem um peso muito grande. O foco é sempre ‘eu vou conseguir’”, frisou.

O piloto natural de Almada, de resto, já passou por esse tipo de teste nesta temporada, após um arranque abaixo das expectativas nas primeiras corridas do ano que, admitiu, pode ter trazido “ansiedade de mostrar alguma coisa”.

“Até Mugello não tive nenhum top-10 e isso poderá ter causado ansiedade, até no entorno da equipa, apesar de toda a gente saber do meu valor. Havia ali um espírito e um ânimo que é sempre reforçado com um bom resultado. A partir daí, começou a entrar em piloto automático”, assumiu.

E por falar em valor, não é só na KTM que o piloto português é reconhecido no ‘paddock’ e Miguel Oliveira admitiu que já teve “abordagens”, numa altura em que o ‘mercado de transferências’ do MotoGP está agitado.

“Hoje em dia, ter um contrato assinado, vale o que vale. Tenho o meu compromisso assumido com a KTM para dois anos e não vou voltar atrás com essa palavra. Naturalmente, a situação do [Maverick] Viñales [que vai deixar a Yamaha] veio trazer nervosismo às conversações para o futuro, também fui abordado nesse sentido, mas como disse, tenho contrato e enquanto aqui estiver há muito trabalho para fazer”, apontou Miguel Oliveira.

O Mundial de velocidade retoma em 08 de agosto, com o Grande Prémio da Estíria, no circuito de Salzburgo, primeira das 10 corridas que faltam disputar até ao final da época que está prevista terminar em 14 de novembro, em Valência.