Chama-se W Series e é uma nova competição de automobilismo destinada apenas a mulheres piloto. A nova prova de monolugares foi apresentada, esta quarta-feira, e conta com o apoio do ex-piloto escocês David Coulthard e do projetista da Red Bull, Adrian Newey. O objetivo será levar uma mulher a competir na Fórmula 1, o que não acontece há 42 anos.

Em comunicado, a organização revela que a temporada irá arrancar na “primavera de 2019”, sendo que o plano prevê a realização de seis corridas de 30 minutos em autódromos localizados na Europa.

A W Series, cuja entrada é gratuita, promete uma “fundo de prémios de 1,5 milhões de dólares” – cerca de 1,3 milhões de euros – que será distribuído por todas as participantes, cujo número total deverá ser entre 18 a 20.

As pilotos irão passar por “um rigoroso programa de pré-seleção”, que irá envolver “ensaios na pista, avaliações no simulador, testes de engenharia técnica, exames físicos”, entre outros. As escolhidas irão, de seguida, passar por um programa de treinos levado a cabo por Coulthard ou Newey. A grande vencedora ganhará 500 mil dólares (cerca de 434 mil euros).

Os carros serão monolugares com especificações de Fórmula 3, motores de 1.8 litros turbo e caixas de seis velocidades. Além disso, contarão com o sistema de segurança HALO, que chegou esta temporada à Fórmula 1.

“Tendo trabalhado no automobilismo internacional por mais de 30 anos, e tendo visto de perto a alguns dos maiores pilotos de todos os tempos, tenho uma compreensão muito razoável do que é preciso para ser piloto de topo. Com treino adequado, as mulheres são fisicamente fortes o suficiente para lá chegar", começou por dizer Adrian Newey.

"A razão pela qual tão poucas mulheres, até agora, correram com sucesso ao mais alto nível, tem mais a ver com falta de oportunidades e não falta de capacidade. E é por isso que estou muito contente por estar envolvido na W Series, pois deste modo posso contribuir para criar uma plataforma na qual as pilotos possam melhorar, competindo umas com as outras, partindo daí para a evolução das suas carreiras e, sim, chegar à F1", defendeu.

Por outro lado, houve quem visse o aparecimento desta categoria como uma forma de "segregação": “Que dia triste para o automobilismo. Aqueles que têm condições financeiras de ajudar mulheres a pilotar estão a escolher separá-las ao invés de apoiá-las. Estou profundamente desapontada por ver tamanho passo atrás”, escreveu a piloto de automóveis Pippa Man, no Twitter.