A organização do Millennium Estoril Open Challenger 175 ofereceu um convite a Jaime Faria, atual 99.º do ranking ATP.

O tenista de 21 anos fará a estreia na entrada direta no quadro principal do maior torneio português, um ano depois de ter saltado da qualificação para o palco reservado aos principais jogadores. No court Cascais, no primeiro encontro, a raquete pesou ao então 262 da hierarquia e viria a ser eliminado pelo espanhol Jorda Sanchis.

Um ano depois da estreia no quadro principal de um torneio ATP, a realidade é outra para o tenista do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis.

“No ano passado, tive de passar a fase de qualificação. Dá ritmo, mas leva algum cansaço nas pernas. É melhor entrar direto”, assegurou à margem da conferência de imprensa de apresentação do Estoril Open que decorreu na Nova SBE, em Carcavelos.

O Estoril Open assume a categoria Challenge 175 e não ATP 250, realidade que lhe confere expetativas. “É um torneio que não é a mesma categoria, diria mais acessível para o meu nível, para o nível que quero jogar. Sinto-me a jogar bem, portanto, tenho boas perspetivas”, antecipou o tenista natural de Lisboa que este ano se estreou num quadro principal de um Grand Slam. No Open da Austrália, foi do qualifying até à segunda ronda e tornou-se o primeiro português a vencer um set a Novak Djokovic.

Do palmarés que transporta no saco recorda dois triunfos. “Já venci torneios challenger, tenho dois títulos, já fiz uma final”, mostrou credenciais. “175, confesso que nunca joguei esta categoria. Vai ser a primeira vez que vou jogar”, confidenciou.

A recuperar de uma lesão ao pé esquerdo que o obrigou a desistir do Masters 1000 de Miami de 2025 e do ATP 250 de Marraquexe, Jaime Faria, garante estar “quase a 100%, como dizia o Ronaldo há uns anos a 99,9 %”, gracejou.

Nos planos para este mês de abril, “o objetivo era jogar o Oeiras Open (arranca na próxima semana), o que poderá ser complicado, mas o Masters 1000 de Madrid é quase certo”, adiantou. “E, jogando Madrid, jogo o Estoril Open”, avançou.

E é neste encaixe de calendários entre Madrid e Estoril que o fervor patriótico pode falar mais alto. “Por um lado, não era mal se falhar o Estoril Open. Significaria que estaria numa fase adiantada de Madrid, que é um torneio Master 1000”, sorriu.

“Mas gostava muito de jogar esta edição do Estoril Open. É um momento sempre especial para todos os jogadores, jogar em casa no maior torneio em Portugal”, classificou.

“Jogar em Portugal é diferente. Nos torneios grandes já consegui levar, às vezes, amigos ou família. Mas aqui é completamente diferente. Quero agradar aos meus adeptos, mas não só. Também à minha família, aos meus amigos. Jogar um bom ténis frente a eles, para mim, é o mais gratificante”, confessou o número dois nacional e o segundo português, a par com Nuno Borges (43.º), a fazer parte do top-100 mundial.

De ego afagado pelos desejos de João Zilhão, diretor do torneio, de ver um português (Faria ou Borges) a voltar a vencer na terra batida do Estoril Open, recordou o ano de 2018, ano em que João Sousa venceu em “casa” perante os abraços de Marcelo Rebelo de Sousa.

Jaime Faria, então com 14 aniversários celebrados, “não estava na bancada”, mas “acompanhei o jogo”, recordou. “Vi o João a jogar nesse mesmo torneio em dois jogos.

Um contra o Pedro Sousa, que é atualmente o meu treinador e contra o Medvedev”, finalizou.