Carlos Bernardes, um dos mais conceituados árbitros do circuito profissional (ATP Tour), sugere ao futebol que aceite, como sucede no ténis, o recurso às tecnologias para «corrigir algumas injustiças».
Numa altura em que o International Board, que rege as leis fundamentais do futebol, pondera acolher finalmente a ajuda tecnológica para validar um golo, o sistema Olho de Falcão, usado há alguns anos nos circuitos masculino e feminino de ténis, é uma das hipóteses em cima da mesa.
O brasileiro, um dos árbitros de cadeira do 23.º Estoril Open, que decorre até domingo no Jamor, é um adepto assumido do sistema que o ténis adotou e não se inibe em introduzir opinião no debate que se mantém na FIFA.
«No futebol, poderia fazer uma diferença enorme e até decidir um campeão do Mundo. A tecnologia ajuda a corrigir algumas injustiças», defende o árbitro do ATP, em entrevista à agência Lusa.
Carlos Bernardes recorda-se de muitos lances mal ajuizados no futebol «por os árbitros estarem mal posicionados ou terem um jogador à frente, não tem oportunidade de fazerem correções».
«Hoje temos repetições [na televisão] e vimos que a bola entrou ou não. Às vezes, por uma injustiça, o vencedor do jogo é dado por falta de auxílio da tecnologia», frisa o juiz brasileiro.
Para Carlos Bernardes, a insistente relutância dos responsáveis mundiais do futebol em aceitar a ajuda das tecnologias deve-se à fação «mais antiga», que quer manter «um pouco de tradição no negócio».
«Não pode haver tanta desconfiança no sistema da tecnologia. Já foi provada a sua utilidade no ténis, no futebol americano, no críquete... Devem fazer testes em alguns torneios e depois introduzi-lo num Mundial», aconselhou o árbitro.
Sobre o Olho de Falcão no ténis, Carlos Bernardes é perentório: «Acabou com as dúvidas».
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