A tenista russa Maria Sharapova iniciou hoje a defesa do título em Roland Garros com o doce sabor da vitória e com o amargo de ter sido vaiada pelo público francês, que muito aplaudiu o triunfo de Andy Murray.
Se durante o encontro da primeira ronda frente à estoniana Kaia Kanepi, a número dois mundial nunca tremeu, impondo-se por 6-2 e 6-4 em uma hora e 24 minutos, o mesmo não aconteceu nos instantes posteriores à sua vitória. Num ápice, os aplausos do exigente público francês, capaz das maiores relações amor-ódio, transformaram-se em assobios, tudo porque a russa se recusou a dar a habitual entrevista em ‘court’.
Sharapova desculpou-se com a sua voz fraca, devido a uma constipação, o público não a perdoou, vaiando a campeã em título enquanto esta saía do estádio Philippe Chatrier. “Entendo perfeitamente que toda a gente dá entrevistas e responde a umas perguntas diante do público. [A reação] é completamente normal. Não vou desculpar-me, mas fiz o que tinha de fazer”, defendeu a russa, que também venceu em Paris em 2012.
Este foi apenas um episódio numa segunda jornada de emoções fortes no quadro feminino, que acabou com a eliminação da menos cotada das irmãs Williams, a 15.ª cabeça de série, Venus, que foi derrotada pela compatriota Sloane Stephens, por 7-6 (7-5) e 6-1. Desde 2010, que a tenista de 34 anos não atinge a segunda semana do torneio francês, o qual disputou pela 18.ª vez.
Bem mais cedo no ‘dia 2’ do segundo ‘Grand Slam’ da época, os adeptos mais sensíveis tiveram a oportunidade de se emocionar com as lágrimas de uma desgostosa Agnieszka Radwanska.
A 14.ª cabeça de série, antiga número dois mundial e finalista de Wimbledon em 2012, protagonizou a surpresa da jornada, ao cair na primeira ronda diante da alemã Annika Beck (83.ª), que venceu por 6-2, 3-6 e 6-1.
“Talvez esteja a ficar velha”, lamentou a polaca de 26 anos, afastada na primeira ronda de um ‘Grand Slam’ pela terceira vez na carreira, em 34 participações.
Já no quadro masculino, fora a eliminação ainda assim pouco surpreendente do 11.º cabeça de série, o espanhol Feliciano López (o seu piso, sabe-se, é a relva), por obra do russo Teymuraz Gabashvili, que se impôs por 6-3, 7-6 (11-9) e 6-3, tudo decorreu como esperado, sobretudo para Andy Murray.
O número três mundial prolongou o seu idílio recente com a terra batida (este ano conquistou os seus dois primeiros troféus no pó de tijolo, um deles no Masters 1000 de Madrid), vencendo em apenas uma hora e 44 minutos o argentino Facundo Arguello, por 6-3, 6-3 e 6-1.
“A primeira ronda de um ‘Grand Slam’ é sempre difícil e hoje estava muito vento. Estava um pouco nervoso no início, mas gosto disso. Mostra que te preocupas e queres fazer um bom resultado”, confessou o britânico que, na segunda ronda, pode reencontrar o português João Sousa, que defrontou na terceira ronda do primeiro ‘Grand Slam’ do ano, o Open da Austrália.
Também o quarto tenista mundial, o checo Tomas Berdych, reforçou o seu excelente momento de forma, derrotando o ‘qualifier’ japonês Yoshihito Nishioka, por 6-0, 7-5 e 6-3, para marcar encontro com o seu companheiro habitual da Taça Davis, Radek Stepanek.
O checo, de 36 anos, tornou-se o tenista mais velho a vencer um encontro em Roland Garros desde Jimmy Connors (que tinha 38) em 1991, ao bater o croata Ivan Dodig 5-7, 6-3, 6-4 e 6-1.
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