A fusão dos circuitos de ténis masculino (ATP) e feminino (WTA) teve hoje o apoio do diretor executivo da ‘tour’ feminino, Steve Simon, favorável ao desafio feito por Roger Federer e apoiado por outras lendas da modalidade.

"Não tenho medo de uma fusão, isso nunca me assustou. Certamente eu seria o primeiro a aprovar essa ideia. É obviamente um caminho longo e sinuoso para chegar lá, mas acho que faz sentido no mundo de hoje”, disse, em declarações ao New York Times.

Federer esclareceu que não pretende uma união das competições, mas da parte administrativa, já que entende que a atual divisão provoca confusão nos adeptos, face aos diferentes sistemas de ‘ranking’ e distintas categorias de torneios.

“Estava a pensar... sou o único que acha que chegou a hora do ténis masculino e feminino se unirem para formar um só?”, questionou, há duas semanas no twitter, o suíço vencedor de 20 torneios do Grand Slam.

Rafael Nadal, segundo jogador do ranking mundial, secundou as suas palavras: “Concordo plenamente que seria excelente sair desta crise global com a união do ténis masculino e feminino numa só organização”.

“Eu concordo e digo isso desde o início dos anos 70. Uma voz, mulheres e homens juntos. Vamos fazer acontecer”, escreveu a lenda do ténis Billie Jean King, a dar mais força à ideia.

Steve Simon admite que o atual clima de incerteza imposto pela pandemia da covid-19 pode dar o impulso necessário para um acordo e a fusão.

“Este é um momento único. A crise e os desafios que ela cria também podem oferecer oportunidades. Não haverá falta de contabilistas, consultores fiscais, advogados e outros envolvidos. Pode levar tempo, mas (...) se concordarmos com o objetivo, geralmente podemos fazer as coisas mais rapidamente”, disse.

Desde o início da pandemia, os circuitos ATP e WTA foram forçados a tomar medidas de corte de custos e as épocas foram interrompidas em meados de março, com vários torneios cancelados ou adiados.

Simon entende que a WTA não precisa da fusão para se “salvar”, garantindo que “ficará bem” no fim da crise de saúde e económica, contudo revelou-se favorável à junção “caso a mesma seja melhor” para ambos os organismos.