O tenista sérvio Novak Djokovic afirmou que foi "envenenado" com chumbo e mercúrio durante a sua breve retenção na Austrália em 2022, antes de ser deportado do país.

Nas vésperas do Open da Austrália daquele ano, o visto do ex-número 1 do mundo foi cancelado e ele foi finalmente deportado do país por não apresentar um certificado de vacinação contra a covid-19.

Durante a sua batalha judicial para permanecer na Austrália, Djokovic ficou confinado num hotel.

"Tive alguns problemas de saúde. Dei conta de que nesse hotel de retenção deram-me comida que me envenenou. Descobri coisas quando voltei à Sérvia. Nunca disse isso a ninguém publicamente, mas descobri que tinha um nível muito alto de metais pesados. Tinha chumbo, um nível muito alto de chumbo e mercúrio", disse o tenista de 37 anos, numa longa entrevista à revista GQ publicada na quinta-feira (9).

Questionado sobre se acreditava que a sua comida tinha sido envenenada, o sérvio respondeu: "É a única forma".

Esta sexta-feira (10), em Melbourne, Djokovic não quis dar detalhes sobre o tema quando foi questionado se tinha provas de que estes níveis altos de metais pesados no sangue tinham relação com os alimentos que ingeriu durante a sua estadia na Austrália em 2022.

Porém, tampouco desmentiu as acusações de envenenamento.

"O artigo da GQ saiu ontem [...] Dei essa entrevista há muitos meses. Gostaria de não falar nisso porque quero concentrar-me no ténis e no motivo pelo qual estou aqui", disse o sérvio dois dias antes do início do Open da Austrália.

"Se vocês querem ver o que eu disse e ter mais informações sobre isso, podem sempre voltar ao artigo", disparou.

Um porta-voz do Ministério do Interior da Austrália disse que não poderia comentar casos individuais "por questões de privacidade".

O governo australiano afirmou que a comida servida no hotel passava por controles sanitários e que amostras dos vários pratos foram fornecidas ao contratante responsável pelos serviços de detenção.

Um ano depois da polémica, Djokovic voltou a Melbourne e conquistou pela décima vez o Open da Austrália. A partir do próximo domingo, o sérvio irá em busca de mais um título para chegar à marca recorde de 25 Grand Slams conquistados.

Djokovic disse não guardar "nenhum rancor" contra o país. "Muitos australianos que me encontraram na Austrália nos últimos anos ou em outras partes do mundo vieram pedir-me desculpas pelo tratamento que recebi, porque estavam envergonhados do seu próprio governo", afirmou na entrevista.

"De fato, adoro estar aqui e acho que os meus resultados são uma prova de como eu me sinto a jogar ténis quando estou neste país", concluiu.