O austríaco Dominic Thiem não se vê a ganhar o Estoril Open, mas assume estar feliz por estar nos quartos de final no Clube de Ténis do Estoril, depois de bater o norte-americano Ben Shelton na segunda ronda.

“Não [ri-se], vejo-me a jogar os quartos amanhã [sexta-feira] e a dar o meu melhor”, respondeu o vencedor do Open dos Estados Unidos de 2020, ao ser questionado sobre se espera ganhar o título do único torneio ATP português no domingo.

Assumidamente “feliz por estar nos quartos” do Estoril Open, o antigo número três mundial acredita que esteve “a um bom nível” na vitória por 6-2 e 6-2, em uma hora e quatro minutos, frente ao 39.º classificado do ranking ATP.

“Não sabia o que esperar, era o meu primeiro encontro frente ao Ben, ele está no circuito há menos de um ano. Foi do zero a top 40 em menos de nada, é um jogador inacreditável, mas também é o seu primeiro torneio em terra batida, o que é espantoso. Tentei jogar verdadeiro ténis de terra batida, com muito ‘spin’, e parece que me saí bem”, analisou.

No entanto, Thiem até começou mal, perdendo os dois primeiros jogos do encontro da segunda ronda.

“[Passou-me] uma palavra muito feia [pela cabeça]. Estava nervoso, porque joguei contra ele há três dias em pares e também vi o encontro dele de há dois dias [da primeira ronda de singulares] e os encontros dele na Austrália, quando chegou aos quartos de final [do Australian Open]. Tinha muito respeito pelo serviço dele, pela velocidade da bola dele, que é muito elevada. Vim para o encontro com a ideia de ter um bom início e não conceder um break, e, de repente, está 0-2, um início horrível. Mas um ‘contra-break’ imediato ajudou-me”, notou.

O atual 111.º classificado do ranking ATP revelou que começou “a ter uma sensação muito bom com a esquerda entre Indian Wells e Miami”.

“E na terra é mais fácil prolongar o jogo, tenho mais tempo, mais chances para trocas de bolas. Miami foi muito rápido. Foram muitos serviços, e menos ‘rallies’, mas aqui tenho a oportunidade de ter pontos longos. Começo a sentir que a esquerda começa a causar danos outra vez”, destacou.

Thiem aguarda agora o desfecho do encontro desta noite entre o francês Quentin Halys e o espanhol Roberto Bautista Agut, segundo cabeça de série, para conhecer o seu adversário nos ‘quartos’.

“O Halys nunca joguei contra ele, o que seria uma espécie de surpresa. Com o Agut, já joguei sete ou oito vezes”, indicou.

O austríaco, de 29 anos, vai entrar novamente hoje em court para disputar os quartos de final de pares ao lado do português João Sousa, com o duo a enfrentar o equatoriano Gonzalo Escobar e o francês Fabien Reboul, terceiros cabeças de série.

“Há muito tempo que não tinha dois encontros num dia, o que é sempre agradável. Significa que ganhei pelo menos um encontro nos dois quadros. Estou expectante. Há dois dias, o público foi incrível, talvez possamos ganhar outra partida”, concluiu.

Já Ben Shelton, derrotado com ‘estrondo’ na segunda ronda do Estoril Open, depois de denotar bastantes dificuldades na adaptação ao pó de tijolo, considerou que “foi uma excelente experiência jogar contra um jogador tão bem sucedido em terra batida”, como Thiem.

“Sei que ainda tenho muitas coisas para aprender e para melhorar nesta superfície. Estou muito agradecido pela oportunidade e ao Estoril Open por me ter dado um ‘wild card’”, resumiu.