O tenista português Jaime Faria assumiu, esta quarta-feira, que a raquete lhe pesou mais do que habitual na sua estreia no quadro principal do Estoril Open, na qual perdeu com o espanhol David Jordà Sanchis.
Vindo da fase de qualificação, Jaime Faria, 262.º classificado da hierarquia mundial, perdeu com Jordà Sanchis, 329.º classificado do ranking, com os parciais de 7-6 (7-4) e 6-1, em uma hora e 46 minutos.
“Era um encontro que queria muito ganhar, a raquete hoje pesou um bocadinho mais e não consegui lidar com isso. Acho que o David está de parabéns, ele merece, fez mais do que eu para ganhar o jogo”, assumiu o jovem, de 20 anos.
O facto de o seu adversário ter sido repescado à última hora para substituir o francês Constant Lestienne acabou por colocar um pouco mais de pressão em Faria, que passou a ter algum favoritismo.
“Por vezes pesa um pouco e não consegui lidar com isso. À partida ia jogar com o Lestienne, e eu não seria o favorito. Calhou-me o David, que eu já conheço há muito tempo do circuito future. Sabia que ia ser um jogo taco a taco, talvez partisse como favorito, porque estou mais bem classificado do que ele, mas sabia que ia ser complicado”, admitiu.
Durante o primeiro set, Jaime Faria, que se estreava em quadros principais de torneios ATP, tal como o seu adversário, pareceu sempre mais confortável no encontro, mas a derrota no ‘tie-break’ acabou ser decisiva no encontro.
“Acho que ao longo do primeiro set estava com ascendente, fui sempre melhor do que ele. Levo um ‘break’ muito mal levado, em que faço alguns erros. Consigo fazer um break inicial, mas depois levo muito mal esse break. Sabia que estava a servir melhor do que ele e estava mais confortável, mas não consegui no ‘tie-break’ ser melhor do que ele”, referiu.
Jaime Faria considerou que “o ‘tie-break’ é depois um pouco uma lotaria”, no qual “não há muita margem”, com o espanhol a estar “melhor num ponto ou outro, o que faz toda a diferença”.
“Ele esteve melhor nesse ‘tie-break’, eu fui melhor no primeiro set, mas ele foi muito melhor no segundo”, admitiu.
Apesar da eliminação e da vontade de “ter feito mais”, Faria diz que esta foi “uma participação positiva”, num torneio “especial”, mas referiu não estar “habituado a lidar” com a pressão mediática, além do dia complicado na terça-feira, em que a chuva foi adiando a sua entrada em campo.
“O dia de ontem [terça-feira] foi um bocado complicado, estive o dia todo para entrar e não entrar. Depois fui treinar e fui engolido pelos miúdos. São tudo coisas que me ajudam a crescer para uma próxima edição, para fazer mais jogos destes”, referiu.
Depois de vários títulos no circuito Future, Jaime Faria quer agora cimentar a sua posição nos torneios challenger, para ganhar pontos e conseguir entrar nas fases de qualificação para os Grand Slam, deixando ainda elogios a João Sousa, melhor tenista português de sempre, que à hora que o jovem luso falava aos jornalistas começava a disputar o encontro com o francês Arthur Fils, naquele que pode ser o último de singulares da carreira.
“Sou jovem, o João está em final de carreira. Quando comecei a jogar os torneios do nível em que ele estava a jogar, foi já no final, só me cruzei um bocadinho. O João foi bastante importante nesta transição dos future para os challengers. Ele ajudou-me, tentou passar-me muitas mensagens, eu dou-me bem com o João. É um bocado triste ele retirar-se neste torneio, mas é especial na minha estreia ele retirar-se nos ATP. Significa bastante e espero seguir as pisadas do João”, referiu.
Comentários