O tenista português Jaime Faria faz um “balanço positivo” das “três semanas de aprendizagem na América do Sul”, com a estreia em Buenos Aires, ‘quartos’ no Rio de Janeiro e Santiago e a entrada no top 100 mundial.

“É um balanço positivo. Foram três semanas de aprendizagem na América do Sul. É verdade que já tinha vindo jogar ao Brasil, onde fui feliz, mas acho que estive bem e tive oportunidades para fazer melhor. Saber que tenho nível para chegar ainda mais longe nestes torneios motiva-me e quero voltar aqui nos próximos anos para jogar, num ambiente especial como na América do Sul”, comentou à Lusa o campeão português do challenger de Curitiba 2024.

O lisboeta, número dois nacional e 87 do mundo, jogou pela primeira vez o ATP250 de Buenos Aires, onde foi eliminado na primeira ronda do ‘qualifying’ pelo argentino Juan Manuel Cerundolo (123.º ATP), mas atingiu os quartos de final no ATP500 do Rio de Janeiro e no ATP250 de Santiago.

“O ‘golden swing’ é especial e quero voltar. Fui feliz, podia ter sido ainda mais, podia ter sido menos, mas, no final de contas, acho que foi uma boa prestação. Jogar torneios aqui sempre foi um objetivo, sempre olhei para o Rio Open e, sobretudo, para Buenos Aires como torneios especiais, e sentir que consegui jogar e entrar no top 100 aqui foi e é um marco na minha carreira, que vou recordar para sempre”, confessou Faria, de 21 anos.

O atleta do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis, que havia ultrapassado no início da época a fase de qualificação do Open da Austrália e só foi travado na segunda ronda do quadro principal pelo sérvio Novak Djokovic, ainda chegou a espreitar a qualificação para as meias-finais do torneio chileno, mas acabou por ceder frente a Laslo Djere, em três ‘sets’, pelos parciais de 6-7 (5-7), 6-4 e 4-6.

“Depois da recuperação no segundo ‘set’, entrei mal no terceiro. Houve uma grande quebra de tempo, com paragem para o meu adversário ir à casa de banho, estivemos cerca de oito minutos parados, e eu não reagi da melhor maneira. Ele jogou bem também no terceiro ‘set’, foi melhor que eu”, reconheceu.

Além da derrota, Jaime Faria contraiu uma lesão no pé esquerdo, tendo sido inclusivamente assistido no segundo ‘set’ contra o sérvio Djere, mas ainda desconhece a extensão da mazela.

“Tive algumas dores ao longo da semana, mas ainda tenho de ser avaliado. Não sei a gravidade da lesão, tenho um incómodo no pé e não me estava a sentir tão bem naquela parte do jogo, pedi assistência do fisioterapeuta e ajudou-me naquele momento. Condicionou-me um bocadinho o serviço. Tanto que começo a fazer algumas duplas faltas por falta de energia e força para sair para a bola, perdendo aí a consistência do serviço, a partir do momento em começo a sentir dores”, explicou.

Após a digressão pela América do Sul, o jovem tenista vai voltar a Portugal, antes de disputar o ‘qualifying’ do Masters 1.000 de Miami, nos Estados Unidos, e torneios de terra batida na Europa.