O tenista português Nuno Borges enalteceu hoje o “impacto gigante no desporto” de Rafael Nadal, o 'rei' da terra batida que encerrou a carreira terça-feira ao serviço da seleção de Espanha nas finais da Taça Davis.
“Não havia a certeza de ele jogar o encontro de singulares e acabei por não ver, mas senti a importância do momento, principalmente pelas publicações que foram feitas desde então”, começa por contar o maiato, em declarações à agência Lusa.
Borges, que encerrou a época de 2024 como 33.º colocado no ‘ranking’ ATP, regressou de férias na terça-feira, dia em que iniciou a pré-temporada e Rafael Nadal, detentor de 22 títulos do Grand Slam, se despediu dos courts em Málaga, onde a Espanha foi eliminada pelos Países Baixos nos quartos de final da Taça Davis.
“O impacto que ele teve no desporto foi gigante. Os ‘posts’ demonstram realmente isso. São muitos os jogadores a fazerem partilhas sobre o que ele significou para eles. Mesmo os melhores atletas de outros desportos estão a fazer publicações dedicadas ao Nadal e aos momentos que passaram com ele”, acrescenta o jogador português, confessando que hoje é um “dia triste sem Roger [Federer] e sem [Rafael] Nadal.”
Apesar de ter crescido a idolatrar o retirado tenista suíço, Nuno Borges aprendeu a admirar o jogador natural de Manacor e seu adversário na final do ATP 250 de Bastad, na Suécia, onde o maiato, de 27 anos, conquistou este ano o seu primeiro título ATP.
“Sinto que o impacto dos dois foi maior do que todos os outros, até pela maneira de ser e pelo estilo de jogo muito próprio do Nadal. Ele mudou imenso a maneira de muitos miúdos verem o ténis. A bandana, o ‘gemido’ ao bater na bola, a dedicação que ele trazia e fazia sentir em todo o lado. Era muito à ‘Rafa’, não é?”, disse.
O atleta do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis confessa que o antigo número um mundial não o moldou como jogador, “não teve esse impacto”, mas foi uma fonte de inspiração: “Foi alguém que segui sempre como exemplo, não pela maneira de jogar, mas pela maneira de estar em campo”.
“Acho que vai ser sempre lembrado por ser boa pessoa, mas por mais do que isso. O miúdo que sonhou, agarrou tudo desde o início e lutou imenso por tudo o que alcançou. Acho que ele sempre foi muito trabalhador e humilde, nunca deu nada como garantido e sempre teve de trabalhar muito. Por muito talentoso que fosse, chegou onde chegou pelo trabalho”, elogia Borges.
Além do “espírito combativo e de não se dar ao luxo de gerir, porque estava sempre a 100%”, Nuno Borges destaca a capacidade e força mental como características marcantes do 14 vezes campeão de Roland Garros.
“É uma imagem de marca dele. A nível mental também é uma fortaleza autêntica e é incrível. Eram poucos os momentos em que deixava transparecer que estava mais em baixo e não estava fácil. Arranjava sempre maneira de conseguir dar o máximo e de ganhar os encontros. Ele é o pináculo desse tipo de pensamento e de atitude”, conclui o jogador maiato.
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