O português Nuno Borges considerou, na segunda-feira, que foi “mais coração do que ténis” na sua vitória frente ao francês Lucas Pouille, na estreia no Estoril Open, em que recuperou de uma desvantagem de oito jogos.
O número um nacional precisou de duas horas e 21 minutos para derrotar Pouille, 241.º do ranking mundial, por 0-6 7-6 (8-6) e 6-3, num encontro em que esteve em desvantagem por 6-0 e 2-0.
“Foi um misto de querer muito e de não estar a conseguir fazer nada, de não conseguir entrar no jogo. Ele jogou muito bem com isso. Obrigou-me logo a ter de tomar decisões nos pontos no início, não ofereceu nada”, disse.
Em conferência de imprensa, Borges, 62.º do mundo, notou que “estavam condições muito pesadas por causa da chuva e do tempo” e que foi “aquele jogo no 6-0, 2-1” que o manteve “vivo”, algo que o seu adversário “sentiu”.
“De repente tudo muda, ele não está a conseguir jogar, vou para o 4-2, não consegui concretizar bem. Foi uma montanha russa. No terceiro set, senti que estava por cima e senti-me mais confortável. Este jogo [da primeira ronda] mentalmente valeu por três e foi mais coração do que ténis”, admitiu.
Referindo que “queria ter uma boa prestação à frente de tanta gente no Estoril”, que “queria jogar mais”, Borges assumiu que já ter virado de um 6-0 no passado foi um bom exemplo “para dar a volta a este tipo de jogos”.
A perder por oito jogos, o maiato disse que tentou “não deixar fugir o pensamento para as coisas óbvias”.
“Podia sair daqui numa primeira ronda, o que é perfeitamente normal. Apesar de querer muito neste torneio, às vezes, é aí que não jogamos o nosso melhor. Estava sempre à procura de soluções. Depois vem a chuva, ficou feio, começou o vento. Comecei a achar que queria ‘o mais ‘sujo' possível, mais vendaval e chuva que der, que me ajude a entrar em jogo e me dê algumas hipóteses’”, confessou.
Na próxima ronda, Borges vai defrontar o italiano Lorenzo Musetti, mas o maiato admitiu que ainda nem sabia com quem ia jogar, por estar mais concentrado no encontro de pares, ao lado de Francisco Cabral, na terça-feira.
“É um jogador muito talentoso, provavelmente mais confortável na terra batida, mas tem feito uns bons jogos no piso rápido. Estava a jogar bastante bem em [Masters 1.000] Miami. Acho que vou tentar pelo facto de já ter feito um jogo aqui e ele não. Senti na pele o que isso é. Nunca é fácil mudar do rápido para a terra. Mais o fator casa. Espero estar a jogar melhor ténis do que hoje e sei que precisarei disso para ter hipóteses”, assegurou.
Borges assumiu que “Musetti tem um outro nível acima” relativamente a Pouille. “Mas os encontros aqui são sempre uma batalha”, alertou.
“Vou-me agarrar ao facto de estar a jogar em casa e trazer o máximo de confiança, porque acho que até tive bons momentos a partir do segundo set. Vou tentar agarrar-me a isso”, concluiu.
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