O ucraniano Artem Bahmet deu que falar no mundo do ténis esta segunda-feira, ao disputar a primeira ronda do qualifying de um torneio do circuito ITF, circuito secundário da Federação Internacional de Ténis, em Doha, no Qatar, e acabar derrotado pelo tailandês Krittin Koaykul (número 1369 do ranking ATP) sem ganhar um único ponto: 6-0 e 6-0 em apenas 22 minutos. Foram 48 pontos a 0...
Sem se encontrar sequer registado no site oficial da Federação Internacional de Ténis, Artem teve acesso à fase de qualificação do torneio por não haver jogadores inscritos em número suficiente, sendo assim aceite a entrada de quem se quisesse inscrever. Muitos duvidam que antes tivesse sequer alguma vez pegado numa raquete de ténis.
E, vendo o vídeo do encontro, percebe-se porquê. Um 'tenista' verdadeiramente amador, sem o mínimo de qualidade para marcar presença num torneio da categoria ITF.
As estatísticas do encontro, que revelavam tão copiosa derrota, despertaram a curiosidade de muitos fãs, que se apressaram a investigar o 'passado' de Artem. Descobriu-se, depois, que o ucraniano é, alegadamente, ‘manager’ de um fórum de apostas, o que poderá explicar um pouco melhor o que se passou, tendo a sua participação nesta prova rendido dinheiro e prémios a alguns dos seus colegas apostadores.
Artem Bahmet tem prevista a participação noutro qualifying de ITF em Doha, competir na próxima semana. Porém, depois da polémica a envolver este seu primeiro encontro, é provável que a entrada nesta prova seguinte lhe venha a ser negada.
Mais um caso que faz voltar a levantar vozes - algumas delas dentro da própria Federação Internacional de Ténis - que defendem o fim da autorização de apostas em torneios ITF de menor dimensão. A realidade, porém, é que o organismo acaba por ganhar muito dinheiro com as casas de apostas que pagam para ter esses direitos.
O negócio das apostas fora do principal circuito profissional, circuito ATP, levou já à instauração de vários processos judiciais. Em Espanha, por exemplo, segue em tribunal um processo referente a um grupo desmantelado no ano anterior pela Guarda Civil Espanhola que alegadamente 'viciou' dezenas de encontros de ténis para apostas ilegais.
Estão implicadas nesse processo 25 pessoas, a maioria das quais tenistas profissionais, terão dado a ganhar às casas de apostas cerca de 3,6 milhões de euros. Eram pagos para deixarem que o seu serviço fosse quebrado, para perderem jogos ou até mesmo para simplesmente fazerem duplas-faltas.
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