Gonçalo Oliveira e João Domingues garantiram que haverá um quinto tenista português no quadro principal do Estoril Open, ao vencerem hoje os seus encontros para agendar um duelo na derradeira ronda da qualificação, que se disputa no domingo.

Gonçalo Oliveira, que recebeu um ‘wild card’ para estar no ‘qualifying’, foi a grande sensação da primeira jornada da qualificação, ao derrotar o espanhol Inigo Cervantes, 135.º jogador mundial, por 6-1 e 6-3, em uma hora e 19 minutos.

“Conheço muito bem o Inigo, é um bom amigo. Ontem, quando vi o sorteio, achei piada. É um grande jogador, sabia que tinha um problema nas costas. Mas hoje ele não se ressentiu e eu fiz um jogo muito esperto”, contou.

Oliveira, que só hoje aterrou em Portugal – veio de Hammamet (Tunísia) e dormiu “no chão, no aeroporto de Orly [Paris]” –, confessou que jogar em casa é outra sensação.

“Sempre joguei fora, nunca tive 300, 400 pessoas a puxar por mim. É incrível”, completou.

Número 392 do ‘ranking’ ATP, o português, que só recentemente entrou no ‘top 400’ e que raramente joga em Portugal, contrariou o favoritismo do terceiro cabeça de série e garantiu que, no domingo, haverá um quinto tenista nacional com lugar no quadro principal do Millennium Estoril Open, já que, na segunda ronda da qualificação, vai defrontar João Domingues.

“É uma grande oportunidade, espero aproveitá-la. Acho que vai ser um jogo muito equilibrado”, disse, referindo-se ao encontro de domingo com Domingues.

O número quatro português beneficiou da desistência do letão Ernests Gulbis (169.º), que se ressentiu de uma lesão no pulso direito e abandonou o encontro da primeira ronda da qualificação depois de ter perdido o primeiro ‘set’ por 6-1, em apenas 24 minutos.

“Tenha pena que ele esteja lesionado. Estive os últimos dois dias a treinar com ele, aliás não treinei com mais ninguém. Já sabia que tinha limitações no pulso”, revelou o 259.º tenista mundial, que se sentiu “bastante” sólido frente ao antigo ‘top 10’ mundial.

Domingues, que rejeitou alimentar qualquer polémica sobre o facto de não ter recebido um ‘wild card’ para jogar o quadro principal, apesar de ter vencido o Cascais NextGen Tour e ser o quarto melhor tenista nacional, assumiu que está focado em passar o ‘qualifying’.

No entanto, o número quatro português, que já leva 40 encontros disputados esta época, preferiu não revelar se gostaria ou não de encontrar João Sousa na primeira ronda – o sorteio, hoje realizado, ditou que o número um nacional vai defrontar um ‘qualifier’ na estreia.

O bicampeão nacional teve mais sorte do que o atual detentor do título: João Monteiro travou uma dura batalha com a eterna promessa sueca Elias Ymer, mas acabou por sair derrotado, com os parciais de 7-5, 6-7 (3-7) e 6-4, em duas horas e 56 minutos.

“Foi um encontro duro. Dei-me melhor do que estava à espera com o nervosismo, com as bancadas, com o público. Entrei com 4-1 acima e fiquei um bocado atarantado. Comecei a pensar de mais”, explicou o 467.º jogador mundial.

A jogar o ‘qualy’ graças a um convite da organização, Monteiro considerou que foi por culpa de “detalhes” que perdeu com oitavo cabeça de série e 186.º tenista ATP.

“Na final, estava mais desgastado pelos nervos do que pelo ritmo de jogo. Tudo aqui é diferente, sobretudo se compararmos com outros torneios em Portugal”, reconheceu o tenista que se estreou no Estoril Open.

O quadro principal do Estoril Open disputa-se entre segunda-feira e domingo, no Clube de Ténis do Estoril, em Cascais.

João Sousa, Gastão Elias, Pedro Sousa e Frederico Silva são os portugueses já confirmados no quadro principal.