Nuno Borges reconheceu hoje ter vivido uma “loucura” ao tornar-se no primeiro tenista português nos oitavos de final do Open da Austrália, após um inesquecível embate com Grigor Dimitrov, prometendo lutar até ser possível.

“Que loucura! Ainda estou a digerir a vitória. Estou mesmo muito contente, fiz uma grande exibição. Para ser sincero, não estava pronto para ganhar, mas foi com a mentalidade de lutar set a set e comecei a acreditar que podia ganhar, depois foi uma loucura de ‘tie-break’, sem dúvida em que estava muito nervoso – não me lembro de alguma vez estar tão nervoso, nem de jogar à frente de tanta gente”, afirmou o tenista natural da Maia, 69.º do ranking, em declarações aos jornalistas portugueses.

Nuno Borges, de 26 anos, contrariou o favoritismo de Grigor Dimitrov, 13.º da hierarquia, para superar pela primeira vez a terceira ronda de um ‘major’ – nunca tinha passado da segunda –, em 6-7 (3-7), 6-4, 6-2 e 7-6 (8-6), num embate que durou três horas e cinco minutos.

“Estava um ambiente inacreditável, vai ser um dia que nunca vou esquecer. Acho que ainda não me apercebi muito bem do que está a acontecer. Acho que ainda estou na terceira ronda e estou ainda a acreditar no que aconteceu”, admitiu.

O maiato tornou-se no segundo português a chegar aos oitavos de final de um torneio do Grand Slam, depois João Sousa ter estado entre os 16 melhores no Open dos Estados Unidos, em 2018, e em Wimbledon, em 2019.

“Está a ser um grande torneio, estou mesmo muito contente, com muitas coisas a acontecerem ao mesmo tempo”, reconheceu Borges.

Na quarta ronda, Borges vai disputar uma vaga nos quartos de final diante do russo Daniil Medvedev, terceiro da hierarquia mundial e vencedor do Open dos Estados Unidos em 2021 e duas vezes finalista do ‘Happy Slam’, em 2021 e 2022.

“Vou aproveitar para descansar um bocadinho e, amanhã [no domingo], pensar no meu próximo jogo e no meu adversário. De qualquer das maneiras, já sei que tenho um grande desafio pela frente e vou procurar desfrutar ainda mais – foi com essa mentalidade que entrei neste jogo – e vou tentar manter as mesmas rotinas e a mesma maneira de pensar”, explicou.

Apesar da distância, Borges agradeceu o “apoio dos portugueses”, recordando ter visto “muitos portugueses nas bancadas”, para prometer lutar até ao conseguir.

“Tem sido a melhor semana da carreira e vou continuar, continuar a dar o litro e ver até onde é que isto dá”, concluiu.