O conto de fadas da tenista polaca Magda Linette, apurada para as meias-finais do Open da Austrália, prosseguiu hoje em Melbourne Park, onde Novak Djokovic vulgarizou Andrey Rublev para marcar encontro nas ‘meias’ com o ‘histórico’ Tommy Paul.

Frente à checa Karolina Pliskova, antiga número um mundial e duas vezes finalista de torneios do Grand Slam (Wimbledon, em 2021, e Open dos Estados Unidos, em 2016), a sensação polaca, de 30 anos, não se intimidou, impondo-se por 6-3 e 7-5 à 31.ª jogadora mundial, em uma hora e 27 minutos.

“Estou muito emocionada, custa-me acreditar, mas continuo [no torneio]”, desabafou Magda Linette, que até este Open da Austrália nunca tinha passado da terceira ronda de um Grand Slam.

A polaca, que já tinha causado sensação ao eliminar a francesa Caroline Garcia (4.ª) nos oitavos de final, está a viver o melhor momento da carreira, depois de, há dois anos, ter renunciado ao Open da Austrália devido a uma lesão no joelho – foi operada ao menisco, mas o diagnóstico demorou 11 semanas.

“Estive afastada do circuito durante quase cinco meses”, recordou após o encontro dos quartos de final, assumindo que o regresso não foi fácil também por motivos pessoais.

Hoje, apurada para as ‘meias’ do primeiro ‘major’ da temporada, Linette garante que deixou para trás a fase negra da sua carreira: “Durante muito tempo acreditei que as falhas, os erros, me definiam. Agora, agradeço ao meu treinador e à minha equipa por me terem libertado desses disparates”.

Nas meias-finais, a 45.ª jogadora mundial vai encontrar a bielorrussa Aryna Sabalenka, número cinco do ranking WTA – e tenista mais cotada ainda em competição -, que, nos ‘quartos’, bateu a croata Donna Vekic (64.ª), por 6-3 e 6-2, em uma hora e 49 minutos.

A bielorrussa de 24 anos vai procurar, na quarta presença em ‘meias’ de Grand Slam, qualificar-se finalmente para uma final e dar o salto de qualidade que falta na sua carreira.

Quem não precisa de provar mais nada é Novak Djokovic, que hoje vulgarizou o russo Andrey Rublev, sexto jogador mundial, nos quartos de final, com um triunfo contundente por 6-1, 6-2 e 6-4, em duas horas e três minutos, e parece imparável rumo ao 10.º título em Melbourne Park e ao 22.º do Grand Slam.

Com a vitória nos ‘quartos’, a sua 26.ª consecutiva no ‘major’ australiano, o sérvio de 35 anos igualou a mais longa série vitoriosa do Open da Austrália na Era Open, que pertencia ao norte-americano Andre Agassi.

“Não posso estar mais contente com o meu ténis”, resumiu o quinto tenista mundial, que se qualificou pela 10.ª vez para uma meia-final no primeiro Grand Slam da temporada – ganhou as nove anteriores que disputou rumo aos nove títulos, o recorde do torneio.

Mas é outro recorde que ‘Djoko’ procura em Melbourne Park, o de 22 títulos de Grand Slam de Rafael Nadal, ao qual só poderá aspirar se ultrapassar o norte-americano Tommy Paul nas meias-finais.

No primeiro encontro dos quartos de final de um ‘major’ totalmente norte-americano desde que Andy Roddick e Mardy Fish se defrontaram no Open da Austrália de 2007, foi o 35.º jogador mundial a levar a melhor sobre o jovem Ben Shelton (89.º), por 7-6 (8-6), 6-3, 5-7 e 6-4, em três horas e seis minutos.

Aos 25 anos, Paul, que ainda no ano passado caiu na primeira ronda do Estoril Open, nunca tinha passado os oitavos de final de um ‘major’.

“Estou exultante de estar lá [nas meias-finais]. Passar à segunda semana de um torneio do Grand Slam é um sonho para todos os tenistas. Agora, estar nas ‘meias’, é incrível”, declarou o primeiro norte-americano a assegurar a qualificação para o penúltimo encontro do Open da Austrália desde Roddick em 2009.