A diretora de Roland Garros, a antiga tenista francesa Amélie Mauresmo, reconheceu hoje que o horário das sessões noturnas do ‘Grand Slam’ parisiense pode gerar dúvidas quanto ao bem-estar dos jogadores, muito críticos da organização.
“O horário dos encontros noturnos pode gerar dúvidas nesse ponto de vista [de conforto dos tenistas]. São questões que também me coloco. O balanço será feito no final”, assumiu em conferência de imprensa a antiga número um mundial, nomeada diretora do ‘major’ francês em dezembro passado.
Mauresmo reagia assim às críticas de Rafael Nadal e Novak Dkojovic, cujo encontro dos quartos de final, vencido pelo espanhol, terminou às 01:15 de hoje em Paris (00:15 em Lisboa).
“É preciso encontrar o equilíbrio ideal. Começar um encontro às 21:00, em terra batida, à melhor de cinco ‘sets’, significa que pode acabar muito tarde”, estimou horas antes Nadal, depois de se impor ao campeão em título e líder do ‘ranking’ mundial por 6-2, 4-6, 6-2 e 7-6 (7-4), em quatro horas e 12 minutos.
Também Djokovic, em conferência de imprensa após ser eliminado pelo recordista de títulos na ‘catedral da terra batida’ (13) e do ‘Grand Slam’ (21), defendeu que o 59.º embate entre os dois começou “muito tarde”.
“Uma vez mais, a televisão decide. É o mundo em que vivemos. Os transmissores escolhem se um encontro é de noite, de dia. Eles pagam, eles decidem”, notou o sérvio.
As sessões noturnas em Roland Garros, ‘criadas’ em 2021, resultaram da compra de direitos de difusão pela Amazon, num negócio que estipula a existência de 10 encontros à noite.
“Uns [jogadores] detestam, outros encaram como um privilégio”, argumentou Mauresmo, evocando o interesse para os espetadores quer em casa, quer no estádio, embora hoje muitos dos adeptos que lotaram o ‘court’ Philippe Chatrier tenham ficado sem transporte para regressar a casa, já que o metro em Paris encerra à 01:00.
A antiga tenista abordou ainda o facto de nove das 10 sessões noturnas do ‘Slam’ francês terem sido protagonizadas por homens, concedendo que o ténis feminino é, neste momento, menos apelativo do que o masculino.
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